São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 1994 |
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Espante o frio com bebidas típicas
LUÍS EDUARDO LEAL
Sem sair de São Paulo, há como dar a volta ao mundo pelos restaurantes étnicos da cidade saboreando suas bebidas típicas - desde as já assimiladas saquê ( Japão) e jerez (Espanha) até a impronunciável egri bikaveree (Hungria). A aproximação do inverno favorece o consumo dessas bebidas, fortes em sua maioria, com graduação alcoólica entre 30º e 60º. No restaurante alemão Arnold's Naschbar, no Sumarezinho (zona oeste) pode-se tomar scahnapps (nme genérico para pinga alemã) ou steinhagger à beira de uma lareira nas noites mais frias - o estaurante não abre para almoço. O Steinhagger é uma espécie de aguardente alemã, feita com batata, arroz ou soja. Forte - graduação média de 38,5 º - normalmente é consumido com cerveja. A praxe é beber doses de Steinhagger entremeadas por goles de cerveja ou chope para "quebrar"o efeito. No Zum Alter Muhle, no Brooklin (zona oeste), são vendidas as marcas Doble-W (nacional) e Schichte (alemã) Saindo da Alemanha para a Hungria, o restaurante Hungária, no Jardim Paulista (zina oeste), oferece egi bikabveree (pronuncia-se egri bikóver), barak palinha (bárak palinkó) e tokaji (tocoi). O bikaveree é um vinho tinto húngaro, o palinka uma pinga de pêssego e o tokaji, um vinho de nozes. O Hungária abre para almoço e jantar, mas à noite come-se e bebe-se à luz de vela e ao som de violino, piano e acordeon ciganos. Ainda na Europa, o Los Molinos e e o Don Curro, estaurantes espanhóis, oferecem blens (semelhantes a conhaques) e variedades do jerez (vinho extremamente seco produzido na região de Jerez de La Frontera, no sudoeste da Espanha). Mas ao norte da Europa, bebe-se aquavit no restaurante Vikings do hotel Maksoud Plaza, acompanhando pratos da culinária escandinava como o smorgasbord - à base de peixes e frios. O Aquavit é uma aguardente curtida em aniz, originária da Dinamarca e apreciada ainda na Noruega Suécia e Finlândia. Além dos vinhos Chiant, muitos restaurantes italianos da cidade, como o Jardim de Napoli (Higienópolis), trabalham também com a grapa e o sambuca. A grapa é um destilado feito com bagaço de uva, popular em toda a Itália - o sabor assemelha-se ao da bagaceira portuguesa. Menos forte que a grapa, o sambuca é um licor adocicado de aniz. Também feito de aniz, o arak pode ser encontrado em estaurantes e rotisserias árabes, como o Mandalun (Hotel CAesar Park) e a Miski (Jardins). No restaurante Tatou (Jardins), o forte são bebidas com "sotaque "caribenho, perceptível nos nomes (Havana, Aruba...) e cores (amarelo, verde...) dos drinques. No Suntory (Cerqueira Cesar) além dos tradicionais saquês, pode-se experimentar licoes (melão e ameixa) e uísque feitos no Japão. No Le Jardim Suisse (Jardins), especialidades suiças, como o kirsch (destilado de cereja) e o poire (destilado de pêra). podem ser apreciadas como "digestivos", após fondues ou racletes. Cachaça O produto nacional, a caninha também é boa alternativa para espantar o frio. A casa norturna Resumo da Ópera e a Cachaçaria Paulista promovem na segunda-feira a Noite da Cachaça. A Cachaçaria vai oferecer seu "acervo"de mais de 200 marcas de pinga aos frequentadores da casa noturna do shopping Eldorado. (LEL) Texto Anterior: Moradores protestam contra usina de lixo Próximo Texto: Poire já foi limpa-vidros Índice |
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