São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 1994
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Lonnie Brooks promete o melhor de sua música

EDSON FRANCO
DAS REGIONAIS

Lonnie Brooks promete o melhor de sua música
O guitarrista e cantor norte-americano Lonnie Brooks é a principal atração no próximo sábado do Nescafé & Blues, no Palace. É a primeira apresentação do músico no Brasil.
Autodidata, Brooks só começou a tocar guitarra aos 22 anos. Com uma infância ligada à música, o guitarrista costumava ouvir estilos como o country, o zydeco - fusão de blues e country com uma pitada de música francesa - e o então emergente rock'n'roll.
Nascido na Lousiana, Brooks só veio a tocar o blues quando se mudou para Chicago no final dos anos 50. Desde então, sua principal marca tem sido um blues vigoroso e dançante que se equilibra na fronteira com o rock'n'roll.
Brooks falou por telefone com a Folha de sua casa em Chicago. A seguir trechos da entrevista.

Folha - Por que a demora em vir tocar no Brasil?
Lonnie Brooks - Faz anos que quero tocar aí, Há muito tempo encontrei Magic Slim (guitarrista de blues) que me disse ter feito um show aí e que foi sensacional. Desde então pressiono meus agentes para poder tocar no Brasil.
Folha - Você só pegou a gruitarra aos 22 anos. O que fazia antes?
Brooks - Eu vivia numa fazenda com meu pai, em Lousiana, e trabalhava com gado e cavalos.
Folha - O que o impediu de começar a tocar mais cedo?
Brooks - Tocar era uma coisa que eu queria desde criança. Meu avô era músico. Mas minha mãe era cristã e não queria música em casa. Eu só tive minha primeira guitarra quando fui morar sozinho.
Folha - Chicago deve ser a cidade nos EUA com maior número de bluseiros por metro quadrado. O que você fez para conseguir ser respeitado lá?
Brooks - Quando cheguei em Chicago, eu tocava música dos outros. Descobri que as pessoas gostavam de dançar. Então passei a dar importância a músicas que as pessoas pudessem se mexer. Me preocupo em escrever letras que as pessoas possam entender e se sentirem relacionadas com elas.
Folha - Seu último disco ("Satisfaction Guaranteed") foi lançado em 1991. Você não gravou nada depois dele?
Brooks - Eu estou compondo para um novo disco, mas nós ainda não tivemos tempo de entrar em um estúdio, pois estamos muito osupados fazendo shows e trabalhando com outros músicos como a cantora Koko Taylor. Mas provavelmente gravarei um novo disco este ano.
Folha - Algumas destas novas composições vão poder ser ouvidas no seu show?
Brooks - Não. Eu vou tocar apenas o melhor dos meus seis discos anteriores. Tenho receio de que se alguém ouvir uma música minha inédita possa roubá-la de mim (risos).
Folha - O que os brasileiros podem esperar do seu show?
Brooks - Posso tocar até duas horas. Depende da reação da platéia. No Brasil, eu quero que o público saiba qua no dia 28 eles vão ter o melhor de Lonnie Brooks.

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