São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 1994
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Metalúrgicos comprarão carro de som para Lula

DA FOLHA ABCD

Os metalúrgicos do ABCD iniciaram ontem campanha de arrecadação de fundos para a compra de um carro de som para o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão foi tomada ontem pela manhã, durante reunião entre sindicalistas, militantes do PT e o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
O juiz eleitoral Alex Tadeu Vilenozski, de São Bernardo, proibiu anteontem que o PT use carros de som de sindicatos na campanha de seus candidatos.
"Independentemente da decisão da Justiça, nós vamos dar um carro de som para o Lula", disse Vicentinho.
Lula tinha um carro de som em seu nome na campanha à Presidência em 1989. Hoje o caminhão não consta da relação de veículos de sua propriedade.
Vicentinho disse ontem que mesmo que a Justiça Eleitoral libere o empréstimo do carro de som do sindicato, a entidade não vai mais colocar o veículo à disposição de candidatos.
Ele fez um convite público para que os candidatos de todos os partidos falem aos metalúrgicos.
Vicentinho disse que o convite não se estende a Espiridião Amim (PPR), de quem "os metalúrgicos têm ódio".
Além de proibir o uso dos carros, o juiz Alex Vilenozski pediu abertura de um inquérito policial.
O delegado seccional de São Bernardo, Antonio Fernando Costa, abriu o inquérito ontem. Ele vai requisitar fotos e gravações de emissoras de TV.
Usos anteriores
Dois sindicatos do ABCD estão sendo investigados por crimes eleitorais por empréstimo de carros de som para candidatos. O uso dos carros ocorreu durante as eleições municipais de 1988 e 1992 e a eleição presidencial de 1989.
Vicentinho, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, foi indiciado em dois inquéritos em dezembro do ano passado devido ao uso de caminhões de som da entidade por candidatos a prefeito, vereador, deputado estadual e federal.
Vicentinho afirmou ontem que nunca foi prática do sindicato emprestar os carros de som para campanhas políticas, justamente porque a lei não permitia.
"Se o carro foi emprestado, foi sem a autorização da direção do sindicato. Quando eu dirigia o sindicato mandei apurar responsabilidades e estou a disposição da Justiça", disse Vicentinho.
Em Santo André, o Sindicato dos Condutores do ABCD está sendo investigado por emprestar carros de som a candidatos.

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