São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 1994
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`Dança da Morte' é road movie mórbido

RODRIGO LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A série de maior sucesso nos EUA neste ano, "A Dança da Morte" ("The Stand"), está sendo lançada no Brasil em vídeo. Foram cem dias de filmagem em vários lugares dos EUA para chegar a quase seis horas de filme.
Um vírus criado em um laboratório militar foge ao controle dos cientistas e mata milhões de pessoas em poucas horas. Os poucos sobreviventes, imunes à doença –uma espécie de gripe–, vagam pelas estradas americanas. Cria-se uma espécie de road movie macabro.
Como pouca gente sobra no mundo, qualquer encontro é motivo para festas. Amizades surgem entre as pessoas mais inusitadas: um surdo-mudo, um deficiente mental, um cantor de rock, um pacato caipira texano, um adolescente metido a poeta e sua "musa". É como se cada tipo característico americano tivesse mantido um representante vivo.
Eles acabam se encontrando porque têm um ponto em comum: à noite, sonham com uma mulher de 106 anos, Mãe Abagail, e saem a sua procura, em um milharal em algum canto dos EUA.
Aqui começa a parte maniqueísta da história. Se antes a grande disputa era pela sobrevivência, agora os sobreviventes já se dividem. Uns seguem Mãe Abagail, uma líder mística que passa bom tempo pedindo conselhos a Deus. Outro grupo de imunes ao vírus se reúne em Las Vegas, em torno de um sujeito cruel, Randall Flagg, que nas horas vagas se metamorfoseia em corvo.
A série é inspirada no calhamaço homônimo de Stephen King (1.200 páginas). O próprio King, um dos mais bem-sucedidos autores de livros de suspense do mundo, acompanhou a confecção dos roteiros e a filmagem.
O elenco de "A Dança..." é de primeira. Tem Rob Lowe como o surdo-mudo Nick Andros. Gary Sinise está bárbaro como o líder dos sobreviventes "bonzinhos". A líder deles é a veterana Ruby Dee, que já trabalhou com Spike Lee em "Febre na Selva" e "Faça a Coisa Certa" (no qual representava a mãe de Lee).
Outro ponto são os efeitos especiais. Milhões de cadáveres e Jamey Sheridan (a versão humana do corvo Flagg) se transformando em monstro são um prato cheio para maquiadores.

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