São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 1994
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Dinheiro do FAF migra para renda fixa

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O processo de extinção dos fundos de aplicação financeira (fundões) está em andamento. Há a migração dos recursos para os fundos de renda fixa curto prazo em Unidade Real de Valor (URV).
Para possibilitar a aplicação mínima dos recursos desses fundos, estabelecida pelo Banco Central, o Tesouro Nacional realizará, amanhã, o primeiro leilão de Notas do Tesouro Nacional (NTNs) emitidas em URV, segundo a Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima).
Os analistas consideram esses fundos em URV atraentes para os investidores que precisam do dinheiro em prazo inferior a 28 dias.
A avaliação das medidas já divulgadas é que a poupança é, de todos os ativos, aquele que mais se beneficia com as mudanças.
A nova metodologia da Taxa Referencial (TR) redefine o cálculo do indicador, substituindo os CDBs prefixados, de 30 dias, pelos Depósitos Interfinanceiros (DI), de um dia.
Como os DI apresentam uma rentabilidade superior aos CDBs, e tendo em vista que o Banco Central manteve o redutor de 1,2% na apuração da taxa, o rendimento da poupança deverá aumentar.
No mercado de renda fixa, Tadeu Marcos Guedes, diretor-adjunto da corretora Geral do Comércio, recomenda ainda ao investidor aplicar em fundos de renda fixa DI e de commodities em vez dos CDBs, pois conseguirá rentabilidade superior.
Já o mercado de ações recupera parte das perdas. Reflete perspectivas favoráveis de queda da inflação e de queda dos juros nominais das aplicações de renda fixa após a entrada em vigor do real.
Francisco Lafayette, administrador de fundos do Banco Banorte, diz que os investidores estrangeiros conduzirão suas operações nos próximos meses, de acordo com as pesquisas eleitorais e com o desempenho das taxas de juros internacionais.
Mas nem tudo está acertado no mercado financeiro nesta fase de transição. Há temas pendentes, como a necessidade de uma mudança tributária (redução ou extinção do IPMF e IOF) para evitar problemas de condução na política monetária na entrada em vigor do real, afirma o presidente da Andima, José Carlos de Oliveira.

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