São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994
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Policiais da Rota são presos por assassinato

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A Corregedoria da PM prendeu ontem um sargento e três soldados da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) sob suspeita de sequestro e assassinato do vendedor Edmilson dos Santos Sales, 28.
Sales foi sequestrado a 200 metros de sua casa, em Taboão da Serra (Grande São Paulo), na noite do último dia 23.
Seu corpo foi encontrado três dias depois com tiros no peito e na cabeça em um matagal da cidade de Embu (Grande São Paulo).
Seis testemunhas presenciaram quando os policiais militares de um carro da Rota perseguiram, algemaram e prenderam o vendedor na viela Ipê.
Sales já havia sido preso por tentativa de homicídio, tráfico e porte de drogas.
A investigação da corregedoria começou após a mulher do vendedor, Ana Cristina da Silva Alves, 25, denunciar o desaparecimento do marido no último dia 24.
Ela já o havia procurado em delegacias e hospitais da zona oeste da Grande São Paulo.
Segundo o coronel Hermes Bittencourt Cruz, 54, assessor do comando-geral da PM, os suspeitos ficarão detidos por quatro dias, conforme prevê o regulamento disciplinar da Polícia Militar.
A corregedoria não revelou os nomes dos quatro membros da Rota. Um dos suspeitos já foi reconhecido, através de fotografia, por uma testemunha do sequestro de Sales.
A investigação ainda não revelou o motivo do assassinato. Ontem, foram ouvidos os depoimentos de mais duas testemunhas.
As armas que estavam com os policiais na noite do crime foram apreendidas. O objetivo é comparar os projéteis disparados por essas armas com uma bala, que foi achada no corpo de Sales.
Essa comparação poderá provar que essa bala foi disparada por uma das armas dos policiais.
O próximo passo da investigação é fazer com que as seis testemunhas tentem reconhecer pessoalmente os suspeitos do crime.
"Caso seja provada a participação desses policiais, eles serão expulsos da PM, além de serem responsabilizados criminalmente no inquérito", afirmou o coronel.
Além da apuração da corregedoria, a PM também instaurou um inquérito em seu 25º Batalhão (responsável pelo policiamento da região onde o crime aconteceu) para apurar o assassinato.
(MG)

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