São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994
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Para Abecip, nova TR beneficia poupança

DA REDAÇÃO

Em julho, o investidor em cadernetas de poupança terá a opção de manter o dinheiro aplicado ou consumir. Mudar para outro investimento financeiro não trará qualquer vantagem.
A afirmação foi feita ontem pelo presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), João Batista Gatti, para quem as novas regras de cálculo da TR (Taxa Referencial) beneficiaram a poupança.
A TR era calculada com base na média dos CDBs prefixados, cujas taxas era bem mais dispersas que as do CDI, a nova base de cálculo, diz ele. O CDI reflete juros de negócios diários entre bancos.
Na opinião de Gatti, para que a poupança não ficasse tão atraente o redutor aplicado no cálculo da TR deveria passar de 1,2% para no mínimo 1,5%. O Banco Central decidiu mantê-lo em 1,2%, mas pode alterá-lo, de acordo com as taxas de juros.
Segundo Gatti, não está havendo corrida para depósitos na poupança. Maio deve fechar com captação líquida positiva de 2,5%.
A queda do rendimento da poupança a partir de julho será nominal, e não efetiva, real.
Sobre o impacto da TR nos empréstimos imobiliários, Gatti afirma que tudo depende de cada caso.
A maioria dos mutuários ainda tem contratos antigos, com cobertura do resíduo do saldo devedor pelo FCVS (Fundo de Compensação de Variações Salariais). Isto significa que a conta do resíduo ficará com o governo. Mutuários que não têm cobertura do FCVS precisarão alongar prazos, caso a prestação corrigida pela TR passe a pesar no orçamento.
Nos contratos mais recentes, do Plano de Compromentimento da Renda, a prestação não pode ultrapassar 30% da renda do mutuário. A diferença é lançada no saldo devedor e estica-se pagamento.

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