São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994 |
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Opositores não ameaçam liderança de Covas
FERNANDO DE BARROS E SILVA
Mesmo com a campanha nas ruas, os demais candidatos continuam patinando abaixo dos 10%. Todos estão embolados entre 7% e 4% das preferências do eleitorado. Se a disputa ocorresse nos dias em que foi feita a pesquisa, Covas seria eleito governador, dispensando a necessidade do 2º turno. O quadro da sucessão paulista não mostrou variações significativas em relação à sondagem anterior do Datafolha, feita nos dias 2 e 3 de maio. Covas tinha 56%. O sindicalista Luiz Antônio de Medeiros, da coligação PP-PPR, assume a vice-liderança com 7%. Francisco Rossi, do PDT, cai de 9% para 6%. O candidato Barros Munhoz, da coligação PMDB-PSD-PL, mesmo tendo obtido o apoio do PTB no Estado, não sai dos 5%. José Dirceu, do PT, continua amargando a "lanterna" da disputa, com 4%. O fiasco do desempenho do petista tem um agravante. Dirceu assumiu, pela primeira vez, a liderança da taxa de rejeição (27%), ultrapassando Medeiros (25%). Covas é o menos rejeitado (9% dizem que não votariam nele de jeito nenhum). Munhoz é descartado por 22% e Rossi por 20%. Em conjunto, esses dados mostram que até aqui as tentativas dos adversários de desestabilizar Covas não surtiram efeito. Nos últimos dias, foi Barros Munhoz quem mais tentou abater o tucano. Na terça-feira da semana passada, o peemedebista anunciou com alarde a desfiliação de 56 prefeitos do PSDB, PFL e PPR, que passaram a apoiar sua candidatura. Dois dias depois, Munhoz participou com Luiz Antônio Fleury Filho da festa de entrega de 300 ambulâncias a prefeituras do interior, quando quase metade dos 625 municípios do Estado foram presenteados pelo governo do Estado. Essa investida rendeu a Munhoz uma subida ínfima no interior do Estado. Tinha 7% das pereferências na pesquisa anterior. Subiu para 8%. Covas aparece com 54%. Medeiros, apesar da situação homogênea (8% na capital e 7% no interior), também não conseguiu até aqui transformar o apoio do prefeito Paulo Maluf em votos. O índice de adesão a Covas é ainda maior entre aqueles que se dizem simpatizantes do PT ou do PMDB. O tucano tem 61% das preferências dos peemedebistas. Mais da metade dos dos simpatizantes do PT (55%), geralmente fiéis aos candidatos do partido, dizem preferir dar seu voto a Covas. Pesquisa espontânea A aparente tranquilidade da candidatura tucana não se reflete na pesquisa espontânea, quando os eleitores manifestam sua preferência sem o estímulo do cartão com os nomes em disputa. Sem o cartão, os indecisos somam 70%. Covas tem apenas 8%. É essa diferença entre a pesquisa estimulada e a espontânea que ainda dá oxigênio aos demais candidatos ao Palácio dos Bandeirantes. Na avaliação de seus adversários, o nome de Covas ainda não está enraizado no eleitorado. Apostando nisso, Munhoz iniciou sua campanha pelo interior, pretendendo percorrer todas as cidades do Estado até 3 de outubro. Covas terminou o primeiro turno com 12%, atrás de Paulo Maluf, que teve 34%, e Fleury, que a quatro meses da eleição tinha apenas 4% e chegou aos 22%. A pesquisa do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada, com sorteio aleatório dos entrevistados. O conjunto da população eleitora do Estado é tomado como universo da pesquisa e dividido inicialmente em três sub-universos distintos: capital, outras cidades da região metropolitana e interior. Nesse levantamento, foram entrevistados 1.519 eleitores em 50 municípios do Estado de São Paulo. A margem de erro decorrente desse processo de amostragem é de 3 pontos percentuais. Esta margem de erro está para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%. Isto significa que se fossem feitos 100 levantamentos, em 95 os resultados estariam dentro da margem de erro prevista. Texto Anterior: Dirceu tenta crescer com apoio de Lula Próximo Texto: Covas prioriza pequenas e médias cidades Índice |
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