São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994
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Norte-americano homenageia os veteranos

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE ROMA

Norte-americano homenageia os vetereanos
Clinton participa hoje de uma homenagem aos soldados aliados mortos na libertação da Itália.
O próprio pai do presidente americano, William Jefferson Blyte 2º, lutou na frente italiana há 50 anos. Ele morreu em um acidente meses depois da guerra.
Milhares desses soldados foram enterrados em um cemitério em Nettuno, perto de Roma, onde hoje serão feitas as comemorações. Espera-se a presença de milhares de veteranos, inclusive brasileiros.
A Força Expedicionária Brasileira (FEB) lutou, de setembro de 1944 em diante, no norte da Itália.
Veteranos brasileiros foram convidados pelo governo italiano, pelo Exército brasileiro ou vieram espontaneamente para ver os locais em que combateram há 50 anos.
Há um curioso fosso entre as gerações em relação à guerra.
Uma italiana da geração imediata ao pós-guerra comprou duas garrafas de champanhe para um grupo de veteranos brasileiros ao descobrir que eram soldados que lutaram pela libertação de seu país.
Já um guia turístico de 25 anos, ao passar pelo mosteiro de Monte Cassino, na estrada de Nápoles para Roma, criticou duramente a decisão do comandante americano do 5º Exército, Mark Clark, de bombardear o mosteiro em 1944.
Os aliados achavam que o mosteiro tinha soldados alemães. Não tinha, e foi destruído o mosteiro beneditino mais importante da Europa –com cerca de 1.500 anos.
Os veteranos falam de seu sacrifício pela Europa, e acham estranho que o neofascismo ganhe terreno no país.
"Mussolini? De que lado estava?" foi o surpreendente comentário de uma adolescente americana.
Perto dela, um veterano americano e outros brasileiros tentavam se entender. O americano se mostrou surpreso ao saber que brasileiros lutaram como unidade incorporada ao Exército de Mark Clark.
A mesma estudante ficou ainda mais surpresa, e perguntou em qual lado lutaram os brasileiros.

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