São Paulo, sábado, 4 de junho de 1994
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Kapaz defende quatro reformas fundamentais

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Emerson Kapaz defende quatro mudanças constitucionais que considera fundamentais: as reformas previdenciária, tributária, política e do Estado.
Em sua opinião, essas alterações são necessárias para aumentar a competitividade das empresas brasileiras frente à concorrência internacional.
Segundo ele, após a aprovação da Constituição de 88, o processo de internacionalização da economia se intensificou e o país ficou mais exposto à concorrência externa.
"As mudanças criariam um ambiente competitivo para a empresa, que lhe permitiria baixar preços, ter qualidade e incorporar trabalhadores no sistema de produção".
Kapaz acredita que essas reformas só poderão ser feitas por uma assembléia revisora exclusiva, com pessoas eleitas exclusivamente para essa finalidade. "O corporativismo do Congresso impede as alterações", ponderou.
Kapaz é contra a revisão neste ano, mas defende que ela seja realizada logo. "Quanto mais rápido fizermos, melhor do ponto de vista de enfrentar a competição internacional".
A reforma do Estado, diz Kapaz, teria a função de distribuir de forma equitativa as despesas e os encargos entre as unidades da federação (União, Estados e municípios). "A Constituição de 88 descentralizou receitas, mas não descentralizou encargos".
Em sua opinião, o sistema de seguridade social não conseguirá sobreviver em seu modelo atual.
"A Previdência precisa ser revista. Ela inviabiliza, pelo seu déficit crônico, o equilíbrio de contas do governo. E, assim, alimenta a inflação", afirmou.
O objetivo da reforma tributária defendida por Kapaz é reduzir o número de taxas e tributos de 58 para, no máximo, oito. Com isso, ele acredita que haveria aumento de arrecadação e queda de preços.
Na reforma política, Kapaz defende a adoção do voto distrital misto. "Além disso, nós temos uma Constituição praticamente parlamentarista, com um regime presidencialista".
Kapaz acrescentou que 60% dos filiados ao PNBE apóiam a revisão exclusiva. (CT)

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