São Paulo, sábado, 4 de junho de 1994![]() |
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Para Vicentinho, proposta requer um país estável
DA REPORTAGEM LOCAL O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, defende que a revisão exclusiva seja realizada quando o país conquistar estabilidade econômica, social e política."Fazer uma revisão exclusiva já é fazer uma revisão no calor e, portanto, fora do que é normal". Na opinião do sindicalista, a estabilidade seria a condição para que as mudanças constitucionais fossem duradouras. "A Constituição tem que ser de acordo com o retrato da sociedade para ser mais perene". Mas Vicentinho não tem dúvidas sobre a necessidade da revisão exclusiva. Tanto que acha dispensável a convocação de um plebiscito para autorizá-la. "Não vejo necessidade, porque tenho a impressão que o povo inteiro quer". O plebiscito, segundo ele, poderia ser convocado para aprovar ou rejeitar mudanças específicas no texto constitucional. "Há pontos que são muito mais polêmicos do que a própria revisão", explicou. Vicentinho acrescentou que as entidades representativas dos trabalhadores têm propostas para apresentar em uma eventual revisão exclusiva. "São propostas do mundo do trabalho. Nós temos que modernizar a Justiça do Trabalho, que é uma coisa atrasada, discutir a liberdade e autonomia sindical e o exercício dos direitos fundamentais do cidadão", exemplifica. Ele criticou a decisão do Congresso de realizar a revisão neste ano. Segundo ele, os "contras" (partidos que se opunham à revisão) estavam corretos. "A revisão era inoportuna porque o Congresso estava desmoralizado, com uma grande parte envolvida com corrupção, e estamos em ano eleitoral. Portanto, cada um ia votar não de acordo com os interesses da nação, mas de acordo com seus interesses." Apesar de considerar a revisão importante, Vicentinho não vê na Constituição a causa ou a solução de todos os problemas do país. "Não devemos considerar que a miséria e a fome, que o desemprego, que o baixo salário, que a situação de concentração de renda neste país existam por culpa da Constituição ou de uma forma de Constituição." Texto Anterior: Instabilidade não acaba, afirma Guilhon Próximo Texto: Para ACM, Plano Real não sustenta FHC Índice |
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