São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994 |
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"Mito é invenção de adversários", diz Arraes
XICO SÁ
Na primeira vez teve o mandato cassado pelo Movimento Militar de 1964. Foi exilado, morou na França e Argélia e só retornou ao Brasil em 79, após a anistia. Na segunda, deixou o cargo para disputar o atual mandato de deputado federal. Tenta pela terceira vez a volta ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo. O candidato do PSB argumenta que o retorno não seria uma questão de "vontade pessoal". A sua explicação: "Fui convocado para isso." Classificado como "mito" da política pernambucana, Arraes atribui o "rótulo" a uma invenção dos adversários. Favorito na disputa pelo voto dos 4,8 milhões de eleitores de Pernambuco, Arraes apóia o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Folha - O seu adversário, Gustavo Krause, o critica por não debater, não responder a nada. Por este motivo, não se estabelece um confronto entre as candidaturas. O que o sr. acha? Arraes - (Depois de uma gargalhada) Daqui por diante eu vou fazer tudo que ele está querendo que eu faça. Tudo que os meus adversários, os que me combatem, pretendem. Folha - O sr. já governou Pernambuco duas vezes. O que motiva a tentativa de voltar pela terceira vez? Arraes - Não é por um motivo de vontade ou vaidade pessoal. Fui convocado pelo povo e pelos partidos aliados da Frente Popular. Folha - O que o sr. acha que pode fazer por Pernambuco? Qual a prioridade do seu governo? Arraes – O povo pode reerguer a economia do Estado. Só o povo, do sertão ao cais. Folha – O sr. se considera um mito, como dizem? Arraes - Isso é invenção dos adversários. FRASE "Modernidade é levar água para o sertanejo que está morrendo de sede. Modernidade é ajudar o camponês que passa o período da entressafra sem ter um cuscuz para comer.O povo pode reerguer a economia do Estado. Só o povo, do sertão ao cais." (Miguel Arraes, candidato do PSB ao governo) Texto Anterior: PT e usineiros se unem em torno de Arraes Próximo Texto: Veja como surgiu o mito Índice |
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