São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994
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Ações e commodities dão ganho de 49,49%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A carteira Folha de investimentos rendeu 49,49% entre 27 de abril e 27 de maio. A variação da Ufir foi de 43,55% no período.
Eduardo Vieira Leme, diretor do Multi Banco S/A, subsidiária do BankAmerica, direcionou o dinheiro para o mercado acionário e, principalmente, para o fundo de commodities.
Leme observa que as ações haviam caído muito e propiciaram excelente retorno no período. Papéis como Vale do Rio Doce PN garantiram ganho líquido (descontados os impostos) de 56,42%.
A idéia foi a de escolher papéis (Petrobrás PN, Vale PN e Telebrás PN) com boa liquidez, ou seja, com facilidade de compra e venda.
Para esperar a troca da moeda para o real, ele acredita que o melhor é abandonar qualquer idéia especulativa.
Os bancos devem diminuir este mês o ritmo dos negócios, deixando as instituições tranquilas na troca da moeda para o real.
O Banco Central deixou o canal aberto com o mercado financeiro, as mudanças estão sendo bem discutidas e a transição está sendo feita de maneira "`muito correta", diz Leme.
Para ele, o melhor para o investidor pessoa física é buscar o porto seguro dos fundos de commodities. Eles propiciam rentabilidade e liquidez passado o período inicial de 30 dias.
Ele não recomenda os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados de 90 dias, dada a dificuldade de se projetar a inflação no período.
Estimar a inflação de junho com alguma margem de erro até é possível, fazer o mesmo para julho é difícil e saber como vai estar em agosto é impossível, afirma Leme.
Aplicar em CDB corrigido em URV é uma boa opção, mas não é a melhor. O investidor já está na nova moeda e o Banco Central está fazendo com que a correção da URV esteja acima da média aritmética dos índices inflacionários que a compõem.
Segundo Leme, o inconveniente nas aplicações como CDBs, fundo de renda fixa e cadernetas é que o investidor tem um dia específico para retirar o dinheiro. Há a perda de mobilidade para aproveitar as oportunidades após a troca da moeda para o real.
Ele não recomenda o investimento em dólar no paralelo. Leme observa que o investidor perde dinheiro na diferença das cotações entre a compra e a venda. O investidor em dólar deixa de ser remunerado pelos juros reais (acima da inflação) elevados, diz.
Para o executivo, o mercado de ações deve dar bom retorno a longo prazo, mesmo em um eventual governo Lula. Um fator favorável às Bolsas é que as empresas estão competitivas e enxutas.
Os ganhos em Bolsa seriam mais rápidos se houvesse agilização no programa de privatização ou se decolasse a candidatura de Fernando Henrique à Presidência da República, diz.

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