São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994 |
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Leonardo dá equilíbrio
MAURO TAGLIAFERRI
Segundo dados do Softsport, um instituto de estatística esportiva dos EUA, o técnico Parreira tem motivos para se preocupar com a defesa se Leonardo for o titular da lateral esquerda. Por outro lado, o setor esquerdo do campo passa a ser mais explorado, que com Branco ocupando a posição. As conclusões, observadas durante os coletivos da seleção na Universidade de Santa Clara (Califórnia, EUA), já eram conhecidas por Parreira desde março. O Softsport, da dupla Zvi Friedman e Jon Kotas, analisou o desempenho do Brasil no amistoso contra a Argentina, no dia 23 daquele mês. Na partida, em que o Brasil venceu por 2 a 0, Branco atuou no primeiro tempo e Leonardo o substituiu durante toda a segunda etapa. Pela estatística da Softsport, na primeira fase, o Brasil teve 385 atuações individuais –41 de Branco. O lateral cuidou do setor defensivo, aparecendo até dentro da própria área. No ataque, Branco concentrou suas atuações na intermediária argentina. Com isso, 41,5% das atuações dos brasileiros ocorreram pela esquerda, contra 58,5% pela direita. Ali, contou o preparo físico do lateral-direito Cafu, o destaque da partida, com 128 atuações, ou 16,4% das 779 intervenções individuais da seleção brasileira. Cafu correu do gol brasileiro ao gol argentino, atuou em ambas as áreas e praticamente dominou o setor direito do campo. Dados do Datafolha confirmam a boa atuação do lateral. Cafu fez 45 passes corretos, completou dez desarmes, chutou uma vez ao gol e conquistou dois escanteios. No segundo tempo, com a entrada de Leonardo no lugar de Branco, o perfil do time brasileiro se modificou. Ocorreu uma inversão na porcentagem das jogadas pela esquerda e pela direita. 58,2% das atuações ocorreram, então, no setor esquerdo da seleção. Pela direita aconteceram as demais intervenções, 41,8%. Leonardo, porém, não recuava para auxiliar a defesa com a mesma frequência de Branco. A maior parte de suas atuações se concentrou no meio-campo e na intermediária adversária. No São Paulo, Leonardo é escalado pelo técnico Telê Santana no meio-campo para organizar o ataque. Na seleção, Parreira utiliza o jogador na lateral esquerda. Leonardo, que apareceu 38 vezes na partida, também efetuou duas jogadas ofensivas na linha de fundo. Essa tendência do lateral preocupa Parreira. O técnico acredita que a defesa da seleção ficará mais vulnerável no setor esquerdo com as subidas de Leonardo ao ataque. Para suprir a deficiência, Parreira pretende fixar Mauro Silva no meio-campo. O volante, uma espécie de meia que também auxilia a defesa, ficaria impedido de atacar, esperando um contra-ataque do adversário. Texto Anterior: Seleção usa computador contra a Rússia Próximo Texto: Brasil é o favorito para disputar a final Índice |
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