São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994
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Sebrae ajuda a criar publicidade alternativa

ROBERTA JOVCHELEVICH
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Cientes de seus recursos escassos, alguns pequenos e micro empresários consultaram o Sebrae e acabaram desenvolvendo meios baratos de divulgação.
Todos constataram que o atendimento personalizado é o ponto-chave para a conquista do público, e procuram desenvolver um contato pessoal com os clientes.
"O pequeno empresário deve utilizar métodos que não impliquem custos altos", afirma Edgar Miwa, 42, sócio da loja de congelados L'Espicerie, nos Jardins (zona oeste de São Paulo).
Além de elaborar panfletos específicos para cada região da cidade e distribuí-los em semáforos e prédios, Miwa faz sua propaganda através de fax.
"O dinheiro hoje está na periferia, por isso visito os prédios de alto padrão nas regiões leste e norte da cidade e deixo panfletos na portaria", diz.
Os fax são enviados à noite. Ao lado da mensagem fica o logotipo da empresa, desenvolvido pelo CAV (Centro de Artes Visuais do Sebrae).
"Uso apenas cinco centímetros de papel para não incomodar. Meu objetivo é atingir as secretárias e os executivos da região da Paulista", diz Miwa.
Desde que abriu em 1988 a Para Raio, que vende artigos para chuva, Deborah Galvão Marques, 35, sempre faz algum tipo de evento para atrair o público.
Quando inaugurou a butique, Deborah contratou uma moça que visitou as redações de revistas de moda totalmente encapotada.
Depois de fazer uma brincadeira, a garota distribuía um cartão e um brinde da loja. "Não foi barato, mas custou menos do que um anúncio", diz Deborah.
A empresária afirma que os eventos que promoveu nunca lhe deram prejuízo - e sempre trouxeram retorno. Em dezembro passado, ela contratou um realejo.
Investir em promoções é a tática das irmãs Eliete Ambroselli, 28, e Eliana Ambroselli Saula, 33, proprietárias do restaurante por quilo Ambroselli.
Sempre que o cliente acerta o peso de seu prato antes de colocar na balança, ele leva algum prêmio - que pode ser uma sobremesa, um suco ou refrigerante.
"É importante dar alguma coisa ao público, pois assim ele acaba retornando. O gasto com esse tipo de promoção não chega a 1% do nosso faturamento", conta Eliete.
"Ser gentil e educado é uma forma de conquistar o público sem gastar nada", afirma Paulo Normanton, 68, proprietário da livraria esotérica Arjuna.
Além de promover palestras e apresentações musicais gratuitas, Normanton criou um espaço na loja onde é possível folhear os livros e tomar chá à vontade.
(RJ)

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