São Paulo, terça-feira, 7 de junho de 1994
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Vietnã já produz mais do que SP

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

O Vietnã está produzindo este ano 4 milhões de sacas de 60 quilos de café para exportação. A safra é maior que a do México.
A informação é do presidente da Comissão Técnica de Cafeicultura da Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo), Maurício Lima Verde Guimarães, que integrou a OIC (Organização Internacional do Café).
Segundo ele, o café vietnamita é de boa qualidade e está sendo produzido a custos menores que o brasileiro.
A produção vietnamita já é maior que a do Estado de São Paulo, segundo produtor nacional com 3,5 milhões de sacas.
"Há interesse de grandes companhias norte-americanas e européias na produção do café na Ásia, porque o mercado consumidor ali é grande e tem a China do lado", afirma Guimarães.
Além do Vietnã, a Coréia e a Indonésia também estão produzindo café para exportação.
Segundo Guimarães, os chamados "tigres asiáticos", como são conhecidos os países do sudeste da Ásia, entram no mercado de café sem o compromisso de respeitar as regras internacionais do setor.
"Os coreanos já provocaram um estrago na indústria brasileira de calçados, que exportava sua produção para os EUA e agora podem repetir a façanha com o café", diz Guimarães.
Para ele, a economia desses países é controlada "com mão de ferro e por isto o custo de produção pode ser manipulado".
Segundo Guimarães, além de a terra ser barata no sudeste asiático, a mão-de-obra é fácil, ao contrário do que acontece no Brasil.
Para o diretor da Faesp, se a China se transformar em um consumidor de café, como há expectativa, os atuais países produtores vão precisar dobrar a atual produção mundial.
"Hoje a produção mundial é de 90 milhões de sacas, para um consumo médio entre 70 milhões e 80 milhões. Basta lembrar que a China tem mais de 1 bilhão de habitantes e 20% dessa população é consumidora em potencial", diz.

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