São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994
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Collor modernizou a economia, diz tucano

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Henrique Cardoso fez ontem elogios ao ex-presidente Fernando Collor (PRN). Segundo ele, o antecessor de Itamar Franco "abriu" e modernizou a economia do país.
Mas o presidenciável do PSDB fez questão de dizer que a administração Collor teve uma "corrupção desastrada" e que a reforma administrativa implantada naquele governo foi "um caos".
Para FHC, foi Collor quem "começou a abrir a economia" do país. "Era uma coisa que tinha que ser feita. Não há dúvidas. Mas também fez muitas coisas precipitadas, inclusive do modo como abriu (a economia)".
FHC explicou didaticamente sua opinião sobre a economia no governo Collor. "Ele inovou pontos da agenda econômica. Fez o `aggiornamento'. Botou pontos novos na agenda (econômica)", afirmou.
"Aggiornamento", o termo usado por FHC, é uma expressão italiana que significa pôr em dia, atualizar ou até mesmo modernizar. No caso, pode-se entender como modernizar uma situação atrasada.
No dia anterior, em conversa com a Folha, FHC também tinha se referido ao governo Collor. Na ocasião, chegou a concordar com a expressão "moderno" para definir o rumo dado por Collor para a economia.
FHC também se referiu à nova proposta de Lula de parcelar dívidas de impostos de empresários. "É uma bobagem falar disso. O governo já está fazendo isso", declarou.
FHC citou como exemplo o parcelamento em até 80 vezes do pagamento de contribuições atrasadas do Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
O acordo entre governo e empresários para o parcelamento do Cofins foi feito quando FHC ainda era ministro da Fazenda. O entendimento foi motivo de críticas de opositores do candidato do PSDB.
Hoje o tucano visita Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) e amanhã Canudos (BA).
Sarney
FHC disse não acreditar na possibilidade de apoio do ex-presidente José Sarney ao PT. "O senador Sarney vai pensar no Brasil".
FHC insistiu que gostaria de ter Sarney como aliado. "Nunca neguei isso. Tenho dito reiteradamente o que desejo", afirmou.
Ele considerou "normal em política" a tentativa de aproximação entre o PT e Sarney. "Finalmente o PT está aprendendo. Já fazia alianças, só que para o outro lado. Agora estão fazendo alianças sensatas".
Colaborou a Sucursal do Rio

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