São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Intervenção do BC derruba ágio do dólar

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Banco Central obteve sucesso ontem em suas intervenções no mercado de câmbio. O dólar no paralelo perdeu o fôlego.
O BC realizou dois leilões de compra no dólar comercial e dois de venda no flutuante.
O ágio do paralelo em relação ao comercial acabou caindo de 2,31% no dia anterior para 1,93%.
O mercado do dólar flutuante continua pressionado, por causa das remessas de dinheiro para o exterior. Os dirigentes resumem o fenômeno como "Efeito Lula". Empresas remetem os recursos para o exterior, enquanto aguardam a definição eleitoral.
Está sendo constatada também alguma pressão no dólar no paralelo. Apesar da possibilidade de perda financeira, há quem aposte no insucesso do programa econômico do governo e há quem tenha receio das mudanças econômicas.
O mercado do dólar no paralelo reúne os investidores pessimistas. Quem acredita no Plano Real continua indo para as Bolsas.
As altas de ontem refletiram também a guerra que se trava na proximidade do vencimento do índice Bovespa futuro na Bolsa de Mercadorias & Futuros (no próximo dia 15) e do mercado de opções (no dia 20).
O governo reavaliou a taxa de inflação para junho embutida na Unidade Real de Valor. A estimativa inflacionária passou de 44,75% no dia anterior para 44,90% ontem.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 1,6760% no último dia 8. Segundo a Andima, a taxa média do over foi ontem de 57,47% ao mês, significando rendimento diário de 1,92%, o que projeta rentabilidade de 48,73% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros variaram entre 57,47% e 57,80% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 11 rendem 50,0967%. As taxas dos CDBs de 31 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 6,5% e 14% ao ano. As taxas dos CDBs em URV variaram entre 42% e 50% ao ano, contra 42% e 52% ao ano no dia anterior.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: média de 58,05% ao mês, segundo a Andima. Para 31 dias (capital de giro): entre 45% e 51% ao ano em URV.

No exterior
Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8125%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 3,0%, fechando com 30.204 pontos e volume financeiro de CR$ 414,85 bilhões, contra CR$ 561,23 bilhões no pregão anterior. Rio: elevação de 4,2% (I-Senn), fechando com 117.504 pontos e volume financeiro de CR$ 41,54 bilhões, contra CR$ 39,72 bilhões no dia anterior.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.773,45 pontos, contra 3.753,14 pontos no dia anterior. O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.419,10 pontos, contra 2.401,00 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 21.395,18 pontos, contra 21.402,78 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 2.119,10 (compra) e CR$ 2.119,12 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 2.081,97 (compra) e CR$ 2.081,99 (venda). "Black": CR$ 2.130,00 (compra) e CR$ 2.160,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 2.090,00 (compra) e CR$ 2.100,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 2.050,00 (compra) e CR$ 2.105,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,95%, fechando a CR$ 26.080,00 o grama na BM&F, movimentando 1,7 tonelada de ouro.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada a US$ 1,5090, contra US$ 1,5075 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6675 marco alemão, contra 1,6720 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 104,07 ienes, a mesma do dia anterior. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 383,60, contra US$ 383,30 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou em 47,68%, a mesma do dia anterior.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para junho ficou em 41,92%, contra 42,12% no dia anterior.
O mercado futuro do índice da Bolsa paulista para junho fechou com 31.900 pontos.
O índice Bovespa futuro em URV fechou a 15,50 pontos, projetando rentabilidade de 5,23% ao mês.

Texto Anterior: Correção continuará sendo feita pela Taxa Referencial
Próximo Texto: Médico compra pela TV e recebe problemas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.