São Paulo, sábado, 11 de junho de 1994
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China ignora tensão e testa bomba nuclear

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A China testou ontem uma bomba nuclear, ignorando as tensões relacionadas com a crise entre a ONU e a Coréia do Norte e atraindo críticas de vários países.
O teste, realizado em Lop Nor, na Província de Xinjiang (noroeste do país), foi o 40º realizado pela China desde 1964, quando o país se tornou uma potência nuclear.
O Departamento de Sismologia do Instituto Meteorológico da Holanda disse que o impacto do teste foi equivalente ao de um terremoto de 5,8 graus na escala Richter.
O teste ocorreu às 3h35 (horário de Brasília) e a potência provável da bomba era de 100 quilotons –100 mil toneladas de TNT, a matéria-prima da dinamite.
Isso equivale a sete bombas iguais à que os EUA jogaram sobre Hiroxima (Japão) em 1945.
Ironicamente, o porta-voz da Chancelaria que anunciou a realização do teste disse que a China é contra armas nucleares.
"A posição chinesa é pela completa proibição e desmantelamento de armas atômicas e, nesse contexto, pelo banimento completo dos testes nucleares", afirmou.
A divulgação do teste culminou um dia de rumores em Hong Kong. A expectativa de que o governo chinês faria um anúncio oficial levou a Bolsa e o dólar de Hong Kong a despencarem.
Os rumores falavam na morte do líder chinês Deng Xiaoping (posteriormente desmentida por Pequim) e sobre a suposta intenção do chanceler chinês, Qian Qichen, de renunciar ao cargo em 1995.
EUA, Reino Unido, Japão, Rússia, França e Austrália condenaram o teste. Em Genebra, Miguel Marín-Bosh, negociador-chefe da Conferência pelo Desarmamento, que reúne 39 países, disse que foi "lamentável".
O deputado Lee Hamilton, da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, criticou o fato de o teste chinês ter ocorrido logo depois de Washington renovar o status da China como nação mais favorecida em comércio, apesar de repetidos apelos norte-americanos.

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