São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994
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País defende a neutralidade

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DO ENVIADO ESPECIAL A VIENA

O trunfo dos partidários da adesão da Áustria está em dois itens polêmicos, que retardaram a aprovação da canditatura do país nos últimos cinco anos.
Desde o inicio das negociações entre governo austríaco e a Comissão Européia e o Conselho de Ministros, a Áustria quis garantir a legislação ambientalista e a neutralidade militar.
Conseguiu aprovar os dois itens em abril pelo Parlamento Europeu. O meio-ambiente tem como ponto sensível a província do Tirol, entre Itália e Alemanha.
O governo austríaco restringiu a tonelagem dos caminhões que farão o transporte de produtos entre os dois países a fim de garantir o equilíbrio ecológico. Cada caminhão só poderá levar 38 toneladas.
"Participaremos da UE como estado neutro.", diz Mock. Segundo ele, isso não representa um problema, já que ainda não existe uma definição na estrutura de defesa da União. "Vamos colaborar no desenvolvimento dessa estrutura e tomar decisões políticas".
A neutralidade tem reflexos imediatos na geopolítica do leste europeu. Os governos da Bósnia e da Eslovênia, por exemplo, apóiam a adesão da Áustria porque estão interessados em se beneficiar de uma situação de equilíbrio naquela área do continente.
"No plano econômico, aderir significa concretizar uma parceria que ocorre há muito tempo", diz Egon Winkler, diretor do departamento de comércio exterior da Câmara de Economia da Áustria.
Cita números de 1993, segundo os quais 63% das exportações do país foram com a União Européia, contra 12% com o leste europeu e apenas 4,9% com a América.
"Nossas oportunidades crescerão com a adesão. A renda per capita, hoje a sétima do mundo, tende a crescer. Caso o `sim' perder, não haverá outra chance de negociação. É preciso vencer o medo da concorrência e da parceria com os vizinhos." (LAG)

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