São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994
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Casa era ponto de drogas, diz polícia

DANIEL CASTRO; GABRIEL BASTOS JUNIOR
DA REPORTAGEM LOCAL

A casa de Terezinha de Jesus Estevam, onde ocorreu a chacina de Taboão da Serra, era um ponto de ponto de consumo de drogas, segundo a polícia.
Foram encontrados no local cachimbos para fumar crack e uma pequena porção de maconha.
As investigações preliminares da equipe de plantão na Delegacia de Taboão da Serra descartam que a chacina esteja ligada a uma "guerra" entre traficantes.
A polícia, até ontem, não tinha pistas concretas. Não há hipóteses sobre o motivo do crime.
Na casa, segundo a polícia, Dionísio Benedito Jorgino reunia amigos para consumir drogas. Porém, ele não as vendia.
"Não dá para dizer que a chacina foi uma vingança. Só podemos afirmar que quem matou não queria que ninguém sobrevivesse", disse Eurico Hamilton Santos, delegado de plantão.
Os vizinhos da casa também não imaginam a razão da chacina. Segundo eles, os Jorgino não incomodavam ninguém.
"Nunca tivemos do que reclamar. Só de vez em quando a polícia vinha aqui", disse o pedreiro Ananias Ferreira Batista, 50, que mora na casa ao lado.
O ajudante de obras João Carlos Desichi, 30, amigo de Dionísio Jorgino, diz que ouviu os tiros e foi para a rua ver o que estava acontecendo.
Ele afirma que achou "estranho" um Passat amarelo que passava pela rua. Segundo ele, o carro, com dois homens dentro, deu voltas no quarteirão logo após o crime e depois saiu em velocidade.
Familiares das vítimas acreditam em ação de grupo de extermínio. "O Pirajuçara (região onde ocorreu o crime) está cheio de mafiosos", disse a mãe de um dos mortos, que pediu para não ser identificada. (DC e GBJ)

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