São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994
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Setor aguarda medidas complementares

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A caderneta de poupança deverá registrar ganhos reais (acima da inflação) significativos em julho.
A estimativa de rendimento em julho para depósitos hoje nas cadernetas é de 31,65%, segundo previsões do mercado financeiro.
A projeção é precária, pois não se sabe qual o patamar de taxas que o BC vai trabalhar em julho.
Os rendimentos das cadernetas deverão ter queda nominal de forma gradativa ao longo de julho.
A estimativa do mercado é que julho termine com rendimento nominal nas cadernetas de 8%, para expectativa de inflação residual entre 3% e 6%.
A elevada tributação das demais aplicações financeiras torna a caderneta muito competitiva.
Elas estão apresentando rentabilidade até mesmo superior à dos CDB indexados à TR para quantias elevadas.
Algumas instituições financeiras –como o Citibank– já fixaram limites máximos de aplicações em cadernetas em US$ 30 mil, para evitar depósitos especulativos.
A avaliação dos dirigentes é de que deverá haver mudanças nos impostos das demais aplicações, de modo a evitar concentração dos recursos nas cadernetas.
Se o dinheiro estiver disponível nos fundos de commodities, os dirigentes recomendam que o investidor permaneça com os recursos no fundo no aguardo da definição das regras tributárias.
Já as Bolsas estão refletindo as pesquisas eleitorais. Há quem acredite que parte do dinheiro que está sendo remetido para o exterior –pressionando o mercado do dólar– esteja saindo das Bolsas.
Para o presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, Alvaro Augusto Vidigal, os investidores estrangeiros estão ativos e a economia mantém o superávit comercial.
O mercado aguarda uma definição também quanto ao tratamento dispensado ao resíduo de inflação a ser computado nos índices de preços de julho.
José Carlos de Oliveira, presidente da Andima, que reúne instituições financeiras, diz que em um processo de inflação crescente, a metodologia de cálculo dos índices de preços pela média acaba "gerando um resíduo inflacionário a ser apropriado no mês posterior".
Segundo Oliveira, dos US$ 4,7 bilhões de Notas do Tesouro Nacional indexadas ao IGP-M e com vencimento após 1º de julho, somente US$ 800 milhões se encontram na carteira própria das instituições financeiras.
Os fundos de pensão e os de investimento são os mais atingidos, pois possuem em suas carteiras, respectivamente, US$ 2,4 bilhões e US$ 1,5 bilhão desses títulos.

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