São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994 |
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Campanha do Plano Real fica sem recursos
GUSTAVO PATÚ
A Advocacia Geral da União vetou o uso de recursos do Funcheque (fundo do Banco Central, decorrente das multas pelo uso de cheque sem fundo). A Fazenda chegou à conclusão de que não há outra alternativa para obter dinheiro. A verba seria utilizada para garantir espaço, na mídia, para os seis comerciais para TV produzidos pelo governo. A Advocacia da União, entretanto, avaliou que a operação dependeria de licitação, o que levaria cerca de quatro meses. A Advocacia entendeu que não havia motivos suficientes para a dispensa da licitação –a lei permite exceções em casos de emergência e calamidade pública. A campanha ficará limitada, agora, aos horários gratuitos de que o governo federal dispõe nas emissoras de rádio e TV. As emissoras, porém, ficam sem a obrigação de veicular as mensagens nos chamados horários nobres. O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, contava com uma maciça campanha de divulgação para diminuir a confusão com a chegada do real. E, especialmente, para estimular a população a não tirar seu dinheiro das aplicações financeiras. A verba de US$ 12 milhões seria suficiente para uma campanha vultosa. O Banco do Brasil, por exemplo, maior anunciante do país, pretende destinar US$ 75 milhões à sua publicidade em um período de 12 meses. Para o governo, restou o apoio dos bancos e entidades empresariais, que deverão veicular campanhas de divulgação nas emissoras de rádio e TV. Um dos maiores temores do governo, com o real, é a retirada do dinheiro dos fundos de investimento e cadernetas de poupança para o consumo, o que poderá gerar pressões sobre os preços. Sem os recursos do Funcheque, a campanha do Plano Real deverá ter porte e repercussão semelhante à de divulgação da URV (Unidade Real de Valor). Poucos comerciais e distribuição de cartilhas. Texto Anterior: Vã ilusão; Troca de chumbo; Recaída; Espelho meu; Por tabela; Rastilho de pólvora; Sobrou; Sem férias Próximo Texto: COMO DEVE SER A MP DO REAL Índice |
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