São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Gallotti assume, preocupado com os preços

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Octávio Gallotti, 63, disse estar preocupado com os aumentos de preços, ao assumir ontem, interinamente, a Presidência da República. Ele substitui Itamar Franco três meses depois da crise envolvendo o STF e o Planalto.
A briga, que ficou conhecida como "crise dos 10%" (leia texto ao lado), opôs o Executivo ao Judiciário por causa da conversão dos salários à URV. Itamar não aceitou o cálculo do Judiciário que dava uma diferença de 10%, a mais, em relação ao que impunha o Executivo.
Itamar embarcou às 12h40 para Cartagena (Colômbia). Na sexta, irá a Quito (Equador) e só retornará no domingo. Depois, ficará cinco dias no Brasil e visitará Portugal, de 24 a 29.
"Todos nós, sobretudo aqueles que compramos, acompanhamos com preocupação a evolução de preços", disse Gallotti após a transmissão do cargo, na Base Aérea de Brasília. Mas o presidente interino se disse confiante no Plano Real.
Na quinta, Gallotti assistirá à sessão solene em que o TCU (Tribunal de Contas da União) dará parecer sobre as contas do governo Itamar em 93. O relator é o ministro Luciano Brandão, que recusou duas vezes convite para assumir o Ministério dos Transportes.
Gallotti negou interesse em tomar qualquer decisão sobre dois dos assuntos mais importantes do governo Itamar: a definição das regras para conversão dos aluguéis à URV e a aplicação da lei antitruste. Segundo ele, Itamar não deu nenhuma orientação.
Esta é a primeira vez que o ministro Gallotti assume a Presidência. Os presidentes da Câmara, Inocêncio Oliveira, e do Senado, Humberto Lucena, não podem exercer o cargo porque são candidatos à reeleição.
O presidente de Portugal, Mário Soares, embarcou com Itamar para a 4ª Conferência Ibero-Americana, em Cartagena. Também o acompanharam cinco ministros e o ex-ministro da Justiça Maurício Corrêa.
O senador Maurício Corrêa (PSDB-DF) viajou como "observador parlamentar", a convite de Itamar. Ele negou interesse em reassumir o Ministério da Justiça ou ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal.

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