São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994 |
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Alemanha também proíbe café na Copa
UBIRATAN BRASIL
Ao desembarcar ontem na cidade americana vindo de Toronto, no Canadá, o técnico Berti Vogts já exibiu os detalhes da linha dura que pretende intensificar. "Fomos acusados de ser uma seleção velha", disse o treinador, que comanda um time com média de idade de 29,1 anos. "Mas acho que os `jovens' não conseguiriam fazer o trabalho que vamos realizar." As obrigações, segundo Vogts, começam com as determinações médicas: os jogadores estão proibidos de tomar café, especialmente às vésperas das partidas. "Nosso receio diz respeito à cafeína, substância considerada dopante que se encontra no café", disse o médico da equipe, Manfred Kindermann. O medo tem procedência –no ano passado, a nadadora alemã Sílvia Gerasch foi suspensa pela Federação Internacional de Natação, que constatou a presença de cafeína em seu exame antidoping. "Bastam oito xícaras para aumentar a dosagem de cafeína permitida no sangue", disse Kindermann. O atacante Klinsmann foi o principal perdedor com a nova medida. Acostumado a tomar um capucino antes de cada partida (hábito que herdou da temporada em que jogou na Internazionale italiana), o jogador foi proibido de manter seu ritual. A decisão da Alemanha não é inédita. Anteontem, o técnico da seleção italiana, Arrigo Sacchi, probiu seus jogadores de tomarem café durante a Copa. Segundo o treinador, a bebida provocaria "efeitos negativos" sobre o desempenho dos atletas. A seleção da Itália levou para os EUA um quilo de chá de camomila e 500 litros de vinho. Calor O médico da seleção alemã preparou também uma dieta especial para os jogadores consumirem depois dos jogos, baseada em vitaminas e sais minerais. O motivo é o grande desgaste provocado pelo calor de mais de 30 graus que faz na cidade de Chicago. "É um absurdo os organizadores da Copa marcarem partidas para horários próximos do meio-dia", disse Kindermann. "Fizemos um estudo no ano passado e comprovamos que, nessa época, a temperatura em campo beira os 50 graus, graças à umidade", afirmou. Ainda indiferentes às novas medidas, os jogadores alemães aproveitaram a chegada aos EUA, ontem de manhã. Todos foram recebidos pelo Comitê Organizador da Copa em Chicago com um boné de beisebol. "Não gosto muito desse esporte", confessou o líbero Matthaus. Na última quarta-feira, a Alemanha venceu o Canadá por 2 x 0. Texto Anterior: Lateral treina normalmente Próximo Texto: Suécia empata em 1 a 1 com time da Romênia Índice |
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