São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 1994
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Disque "X" para matar

ZECA CAMARGO

Disque 'X' para matar
Se algum dia essa minissérie tiver a sorte de passar no Brasil, cuidado para não confundi-la com algo sobre "a vida secreta de Xuxa". "The X-Files" (ou, em português, "Os Arquivos X"), não tem nada a ver com a fofura anacrônica da apresentadora de televisão. Preparando uma segunda temporada no canal da Fox, o seriado é o mais recente fenômeno "cult" da TV americana. Lembra de "Twin Peaks"? Pois é, só que com mistérios de verdade.
Por exemplo, no lugar de uma mulher que anda agarrada em um tronco (do seriado de David Lynch), clones humanos com um "delicado defeito de fabricação": uma tendência ao suicídio.
As tramas são às vezes tão ingênuas que lembram um outro clássico da TV, o primeiro "Além da Imaginação" (ou a também cultuada série "The Outer Limits"). Mas os "arquixos X" assustam o espectador moderno com um truque simples: a troca do referencial fantástico/extraterreno dos exemplos anteriores pelo universo da "morbidez yuppie", como bem disse o crítico James Wolcott, da "New Yorker".
Explorando isso, estão os detetives Fox "Spooky" Mulder (interpretado por David Duchovny, que já fez uma aparição em "Twin Peaks" como um agente secreto travestido de mulher) e Dana Scully (Gillian Anderson). Duvidando sempre um do outro, a dupla não esclarece muita coisa –o que está dentro da "proposta": no início de cada episódio, o telespectador lê a seguinte mensagem: "A verdade está por aí afora".
Vire-se.

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