São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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COMEÇO TURBULENTO

DA REPORTAGEM LOCAL

A Copa do Mundo se transformou num dos maiores espetáculos do planeta graças a uma organização cuidadosa e milionária, que começa anos antes de cada torneio. Mas nem sempre foi assim.
No princípio, era quase o caos. A primeira Copa, no Uruguai em 1930, começou quando o estádio Centenário, palco principal do certame, ainda estava em obras.
Além disso, foi quase um campeonato sul-americano. A maioria dos países europeus desistiu na última hora - só França, Bélgica, Iuguslávia e Romênia participaram.
Em 1934, na Itália, novos desfalques. O mais sentido foi o do Uruguai, então campeão do mundo, que ficou de fora em protesto contra a pequena participação dos europeus na primeira Copa.
Em 1938, na França, os uruguaios resolvem continuar o boicote. A Argentina, ao ser preterida como país sede da Copa, também decide ficar de fora.
Em 1950, no Brasil, a desordem foi enorme. O Maracanã quase não ficou pronto a tempo. A situação só melhorou com a intervenção do experiente presidente da federação italiana, Otorino Barassi, que chegou ao país cinco semanas antes do início do campeonato.
As Copas do Mundo começaram a ter uma organização mais eficiente a partir de 1954, na Suíça. Mas ainda não se tinha o profissionalismo exibido hoje em dia.
Um episódio ilustra o amadorismo da época. No jogo do Brasil x Inglaterra, na Copa de 1962 no Chile, um cachorrinho invadiu o gramado, driblou vários jogadores e só com muita dificuldade foi agarrado e tirado de campo.
Esse seria um show muito difícil de se imaginar por exemplo, nos ultracontrolados estádios norte-americanos.

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