São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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Juiz tem poder de rei dentro de campo

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A regra número 5 do futebol dá aos juízes poderes quase absolutos dentro de campo –desde o momento em que os jogadores entram em campo até a volta deles ao vestiário.
Podem inventar faltas, anular gols legítimos, validar outros ilegítimos, e até expulsar todo um time quando quiserem. E, no futebol, não há regras autoaplicáveis. Tudo depende da decisão do juiz.
Mesmo assim, não há em Copas do Mundo casos de juízes que agiram comprovadamente de má-fé.
Como na Justiça comum, o sistema se baseia na confiança dos seus membros –dirigentes, jogadores e torcedores. Ele só sobrevive se o número de decisões erradas não for significativo.
O juiz, inicialmente, tinha apenas poder moderador. Havia dois juízes que tomavam as decisões. Quando discordavam, consultavam o "referee". Esse se tornou o juiz de fato e os outros seus fiscais de linha.
Na regra atual, os bandeirinhas (cuja ação é regida pela regra 6) são apenas auxiliares do árbitro. Fazem indicações, mas não têm poder de fato. Podem até mesmo ser expulsos do jogo pelo juiz.
Nas últimas décadas, os capitães de time perderam a influência –informal– que tinham sobre os juízes.
Até os anos 60, eles tinham alguma liberdade para protestar contra decisões da arbitragem. Hoje, sua função se limita a participar do sorteio que define quem inicia a partida (regra 8). (MD)

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