São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 1994
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Vicentinho reclama de preço no supermercado

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, foi às compras e constatou: para adquirir uma cesta básica no Pão de Açúcar na rua das Palmeiras, Santa Cecília, São Paulo, são necessárias 122,80 URVs (quase dois salários mínimos).
Na comparação com os preços médios da cesta básica do Procon/Dieese na cidade de São Paulo ontem, os produtos do Pão de Açúcar estavam 21,7% acima. E isso em dia de promoção (a chamada "terça enlouquecida").
"Parece um pesadelo mas é real", brincou Vicentinho. "Enquanto os salários foram convertidos pela média e estão sem política de reajuste, os preços vão para o pico a cada instante."
O presidente da CUT disse que vai conversar hoje mesmo com o procurador geral da República, Aristides Junqueira, e estudar para tomar as medidas legais cabíveis.
Ele se baseia na lei que criou a URV. Segundo ela, até o real, são considerados abusivos os preços superiores à média dos últimos quatro meses de 93.
A cesta básica adquirida ontem está com preços 52,15% superiores a essa média (80,79 URVs).
Vicentinho acusou Abílio Diniz (dono do Pão de Açúcar) a estimular reajustes com suas declarações.
Os produtos adquiridos, com dinheiro da CUT, serão entregues como denúncia ao Betinho, coordenador da campanha contra a fome. "Estão enrolando o Betinho."
O Pão de Açúcar informou que está estudando o levantamento antes de se pronunciar.

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