São Paulo, sábado, 18 de junho de 1994
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Torcida paulista comemora até cartão contra Alemanha

Público adota Bolívia na primeira partida da Copa

WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

Brasileiros e bolivianos se uniram ontem no Vale do Anahangabaú e na praça da República (região central de São Paulo) para torcer pelo representante sul-americano na partida de abertura da Copa do Mundo dos EUA.
Logo aos seis minutos de jogo, quando o zagueiro alemão Kohler recebeu cartão amarelo, a animação foi geral no Anhangabaú.
"Cartão amarelo para a Alemanha é gol", disse o brasileiro Alberto Soares, que, a exemplo de outros torcedores, vaiou as faltas violentas da equipe alemã, gesto imitado por um grupo de bolivianos.
Hugo Diaz, 31, há seis anos morando na cidade, levou o filho Michel, 5, e a mulher Gládiz ao Anhangabaú para acompanhar a seleção de seu país.
"Vamos torcer muito, mas sabemos que a vitória é quase impossível", afirmou Diaz.
Na praça da República, a torcida foi toda a favor da Bolívia.
"Acho que a Alemanha está envelhecida. Não vai aguentar o Brasil", afirmou um empresário que pediu para não ser identificado. "Disse que estaria em uma reunião", despistou.
Na disputa dos telões, instalados pelas redes Bandeirantes (Anhangabaú) e Globo (praça da República), o melhor som e imagem ficaram com a última.
"Não dá para comparar com o da República", disse a estudante Cláudia Ferreira, 26, uma das cinco mil pessoas que estiveram no Anhangabaú, segundo avaliação da Polícia Militar. "Quando o Brasil jogar irei assistir lá", disse.
Segundo os policiais que estiveram no Vale do Anhangabaú, o público pode chegar a 90 mil pessoas nos dias dos jogos do Brasil.
"O público deve aumentar muito já na segunda-feira", disse o sargento Luiz Augusto Colivatt. "Se chegar à final, vai ser uma loucura", concluiu.
Mas nem tudo foi descontração. Francisco Alves de Souza, 40, vendedor ambulante, foi impedido de vender suas bandeiras por alguns fiscais. "Só consegui vender CR$ 150 mil hoje", afirmou.
"Eles vendem produtos muito mais baratos que as barracas que possuem autorização", afirmou o fiscal Paulo Gimenez. (WBJr.)

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