São Paulo, sábado, 18 de junho de 1994
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Fetiche, marketing e mídia

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Há dois anos, foram as lesbian-chics, o hype que a imprensa de comportamento e moda lançou em torno da ala chique e descolada da comunidade gay feminina. A onda seguinte é esta, sobre mulheres que recuperam, celebram ou se inspiram na estética, numa feminilidade ou num feminismo de bang-bang.
Além dos filmes e livros citados acima, também os editoriais de moda não escaparam ao tema, invadindo as revistas especializadas com muita poeira, muito chapéu e muita bota.
Entre todas essas imagens, quem entra para legitimar a coisa é Sharon Stone –coincidência ou não, ela fez o mesmo como a bissexual de "Instinto Selvagem". Ela é a cowgirl de "The Quick and The Dead", de Sam Raimi, com estréia prevista para o segundo semestre nos Estados Unidos.
Que se explique a tendência como uma vertente do pós-feminismo atual, da mulher em busca de um modo de agir forte e destemido, bla bla bla. A coisa tem cara mesmo é de marketing.
Ganhou mais foi quem viu Maria Moura/Gloria Pires grunhindo: "Eu gosto de comandar, mas o que eu queria mesmo é um homem que me pusesse mando..."

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