São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A "Copa" da publicidade tem início hoje em Cannes

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Tem início hoje, em Cannes (sul da França), o 42º Festival Internacional do Filme Publicitário e o 3º Festival de Mídia Impressa (Press & Poster).
Trata-se dos dois certames mais importantes da propaganda mundial, ambos organizados pela Sawa (Screen Advertising World Association).
Disputam a premiação dos "leões" de Cannes 3.026 comerciais de TV e 3.015 anúncios impressos procedentes dos cinco continentes, informa a Promocine, representantes da Sawa no Brasil.
Desse total, 38 agências brasileiras inscreveram este ano 212 filmes e 292 anúncios (foram 149 em 1993).
Dois publicitários brasileiros atuarão nos júris de Cannes este ano: Carlos Chiesa, vice-presidente de criação da Salles/Inter-Americana (mídia eletrônica) e Nizan Guanaes, presidente da DM9 (mídia impressa).
Em 1993, a delegação brasileira conquistou seis leões no festival do filme publicitário, dos quais dois de ouro. Um deles foi conferido a uma campanha da Folha ("Collor antes do impeachment" e "Collor depois do impeachment"), criada pela W/Brasil.
O outro, ao comercial da margarina Bonna, é de autoria da agência Young & Rubicam.
No festival de mídia impressa, o Brasil conquistou seu primeiro "Grand Prix" (a mais graduada premiação), que foi entregue à agência DM9 por peça do guaraná Diet, da Antarctica.
"A publicidade brasileira tem, em termos comparativos, grandes chances este ano", opina Luiz Antonio Ribeiro Pinto, diretor da Promocine. "Vi os rolos do Japão e Inglaterra e eles não superam o exibido no ano passado."
Pinto é responsável por atestar que os filmes que concorrem ao certame foram exibidos na TV ou no cinema. Somente filmes veiculados nos países de origem estão habilitados a receber prêmios.
Mas o próprio representante da Sawa admite que não tem condições operacionais para aferir a veiculação, ao emitir o certificado.
"Se a agência me avisa com antecedência, veiculo o filmes em cinema por uma semana, sem nada cobrar", disse Pinto.
"Todo o mercado comenta que há mais de 50 comerciais brasileiros concorrendo em Cannes que jamais foram exibidos", afirma o publicitário Washington Olivetto, presidente da W/Brasil.
Esses rumores, se comprovados, poderão comprometer o desempenho da delegação brasileira, acredita Olivetto.
O presidente do júri do Festival do Filme Publicitário de 1994, John Hergarty, é considerado um "linha dura" nessa questão.
Há dois anos, quando uma agência da Espanha conquistou o "Grand Prix" com um comercial para uma cola que sequer existia na versão anunciada, Hergarty protestou junto aos organizadores.
Olivetto afirma que essa prática, considerada "desleal", foi disseminada em Cannes pelas agências espanholas. "Não precisamos disso", conclui.

Texto Anterior: Mídia impressa evoluiu, diz Guanaes
Próximo Texto: Commodities continuam atraentes com real
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.