São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994
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Juiz afirma gostar do futebol brasileiro

NOELLY RUSSO
ENVIADA ESPECIAL A DALLAS

O árbitro que apita o primeiro jogo do Brasil na Copa, An Yan Lim Kee Chong, é o menor (1,66m) e o mais novo (34 anos) da competição e foi considerado pela Fifa como o de melhor preparo físico.
Nas Ilhas Maurício, onde nasceu, Chong é um funcionário da alfândega. Aprendeu a apitar uma partida de futebol na escola. Fez aulas para árbitro durante cinco anos. Além de apitar, já atuou também como jogador da defesa.
Já participou de uma Olimpíada, em Barcelona, dos jogos classificatórios para a Copa de 94 e da Copa Africana de futebol.
Sobre o jogo de hoje, ele fala pouco. "Já vi o Brasil jogar muitas vezes como espectador. Adoro ver como os brasileiros jogam. Acho que esse será um jogo bonito para apitar", diz.
Não considera os brasileiros muito violentos, mas garante que está pronto para seguir à risca as determinações da Fifa: jogadas violentas e por trás serão punidas com cartão vermelho.
Chong corre pelo menos uma hora por dia. Para se qualificar como árbitro da Copa, intensificou o treinamento e passou a correr mais de dez quilômetros diários.
Ele também gosta de jogar basquete e diz que é preciso praticar algum outro esporte para se desligar um pouco do futebol. Procura comer muitas verduras e frutas.
"É muita tensão. Os oficiais da Fifa disseram que não devemos nos concentrar o tempo todo nos jogos que apitaremos. Precisamos estar tranquilos."
Segundo ele, o jogo mais difícil que já apitou foi Argélia x Gana, durante as eliminatórios, em 93.
Chong esteve no Mundial de Juniores, em 1991, em Portugal, e participou de diversas partidas na Copa Africana.
Argélia x Gana foi a partida mais feia a que já assistiu em sua carreira. Para ele, violência e bom futebol não estão necessariamente separados.
"Ás vezes, um jogo calmo é chato. E um jogo violento pode ser mais interessante. Só que, nesta Copa, vale o jogo limpo. Não a violência."

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