São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994
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Gringolândia está mais tolerante com os gays

DAVID DREW ZINGG
EM NOVA YORK

Os resultados de uma pesquisa divulgada ontem pela revista "Time" e pela CNN mostram que a Gringolândia está realmente virando gay -ou pelo menos, que a cada dia que passa é mais tolerante com gays e lésbicas.
Apenas nos últimos dez anos, a aprovação pública da homossexualidade aumentou em dez pontos percentuais, chegando hoje a 58%. Como até você é capaz de calcular, Joãozinho, trata-se de uma sólida e respeitável maioria. É mais do que suficiente, por exemplo, para eleger um presidente aqui ou no Brasil.
Isso transforma a comunidade gay e lésbica num alvo interessante para os políticos. E a verdade é que há muita coisa a se dizer pró e também contra o estilo de vida homossexual.
Esse pessoal vê o festival gay como uma espécie de jogo doentio para promover a perversão.
Um clérigo conservador de Nova York, o reverendo Ruben Diaz, é um pastor pentecostal hispânico que atua no Bronx, um bairro de baixo nível de renda que não é especialmente conhecido por promover aventuras intelectuais. O reverendo Diaz teme a influência potencialmente perniciosa dos Gay Games sobre as crianças.
O prefeito de Nova York, Rudolf W. Giuliani, é membro do conservador Partido Republicano. Ronald Reagan e George Bush também são republicanos. Eles não são exatamente o que se poderia chamar de homófilos (amigos dos homossexuais). Mas um político é sempre um político, e Giuliani discursou na cerimônia de abertura dos Gay Games, numa tentativa de fazer novos amigos.
Segure bem seu topete, Itamar -uma nova brisa política está fazendo tremular a bandeira do orgulho gay.

Tradução de Clara Allain.

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