São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 1994
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Acidente mata 12 torcedores mexicanos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um jato Gates Learjet com torcedores que vinham do México para assistir a estréia da seleção de seu país na Copa do Mundo, caiu sábado ao tentar aterrisar no aeroporto John Foster Dulles, em Washington. As 12 pessoas a bordo morreram.
O jatinho havia sido fretado por duas famílias de classe média alta da Cidade do México por US$ 1.500 a hora para que elas pudessem passar o fim-de- semana nos EUA e assistir ao jogo México x Noruega.
Alejandro Garcia Velasco, 41, assessor de imprensa do Ministério das Comunicações e Transporte do México, vinha com sua mulher Vivian, 40, e os filhos Vivian, 13, Priscilla, 10, e Alejandro, 6.
Junto com Luiz Garzía Hernandes, 36, sua mulher Margarita, 34, e os filhos Luis, 9, e Alejandro, 5, passaram a sexta em Nova Orleans, de onde partiram com destino a Washington anteontem de manhã.
Por causa da neblina pesada na região do aeroporto, o piloto Ricardo Hoyos, 27, e o co-piloto Alfredo Angeles, 25, não viram algumas árvores, contra as quais o avião se chocou.
Também estava a bordo o filho de um amigo de Garcia Velasco, Luis Barreiro Castillo, 17.
O avião pertencia à Taesa (Transportes Aéreos Ejecutivos S.A.), terceira maior empresa aeronáutica do México, e transportadora oficial da seleção mexicana. O aparelho era novo: foi fabricado em 1992.
O Learjet 25-D só tem assentos com cintos de segurança para oito passageiros e dois tripulantes.
Autoridades responsáveis pela aviação civil nos EUA disseram ontem que o fato de haver 12 pessoas a bordo não indica que o aparelho estivesse superlotado porque a lotação é definida pelo peso dos ocupantes.
O acidente de ontem foi o primeiro com vítimas no aeroporto Dulles, um dos três que servem a cidade de Washington, desde 20 de julho de 1988, quando o piloto de um avião turbo-hélice morreu.
A Embaixada do México em Washington estima que cerca de três mil cidadãos de seu país tenham vindo para os EUA para assistir ao jogo de ontem da sua seleção contra a Noruega.
Diversos diplomatas se encarregaram ontem do transporte dos corpos de volta para o México. Vivian Crespo Garcia tinha uma prima, Marisa Sellers, que vive na região da Grande Washington.
Sellers fez a identificação dos corpos. Era amiga de todas as vítimas e havia preparado uma festa em sua casa para comemorar o que esperavam ser a primeira vitória do México na Copa. O México perdeu de um a zero. (CELS)

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