São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 1994
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'Joguei como na Penha', afirma Romário

MÁRIO MAGALHÃES
DO ENVIADO ESPECIAL

O atacante Romário ofereceu para o seu pai, Edevair Faria, e para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o gol que marcou ontem contra a Rússia, o primeiro da vitória de 2 a 0 do Brasil.
O pai de Romário foi sequestrado em maio e depois solto sem pagamento de resgate, segundo a versão da família. O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) fez aniversário ontem.
Sorrindo, o jogador disse que, no estádio de Stanford, se sentiu como se estivesse jogando "peladas" no Rio, onde nasceu.
"Isso aqui para mim foi como jogar na Vila da Penha". Romário passou a infância e a adolescência na Penha, subúrbio carioca.
Na sua opinião, a seleção brasileira começou o jogo nervosa devido à estréia na Copa do Mundo e à marcação individual dos russos.
"Todos estávamos nervosos, mas quando fizemos o primeiro gol relaxamos um pouco mais", afirmou o atacante.
Romário disse que não se irritou com a marcação individual do stopper (zagueiro mais avançado do que o líbero) Vladislav Ternawski, o número 6 da Rússia que o acompanhou quase todo o jogo.
"Ele cola, é mesmo difícil fugir. Mas como joguei duas vezes contra ele este ano, não me surpreendi, sabia o que aconteceria."
O time de Romário, o Barcelona (Espanha), enfrentou o de Ternawski, o Spartak de Moscou (Rússia) pela Copa dos Campeões da Europa. O Barcelona se classificou e o Spartak foi eliminado.
Romário correu para o banco de reservas para comemorar o seu gol. Foi abraçado pelo meia-atacante Paulo Sérgio e por outros jogadores.
Em seguida, se abraçou com o atacante Bebeto, com quem pouco costuma falar. Bebeto, que bateu o escanteio que resultou no gol, deu-lhe um beijo no rosto.
Romário acha que a seleção pode melhorar muito nas próximas partidas. "Com mais ritmo, a velocidade vai aumentar."
O técnico Carlos Alberto Parreira ironizou perguntas sobre o "problema Romário". "Problema ele mostrou que dá aos adversários", afirmou Parreira.
O jogador ficou afastado da seleção entre dezembro de 1992 e setembro do ano passado, acusado de indisciplina por Parreira e pelo coordenador-técnico Mário Lobo Zagalo. Romário se rebelou por ficar na reserva em jogo contra a Alemanha em 92.

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