São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
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Governador do PMDB pode apoiar petista

CARLOS EDUARDO ALVES

CARLOS EDUARDO ALVES ; AMÉRICO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um peemedebista, Mário Pereira (PR), poderá ser o primeiro governador a apoiar a candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pereira conversou há cerca de um mês com Rui Falcão, presidente nacional do PT, e Hamilton Pereira, responsável pela agenda de Lula. Na ocasião, pediu um prazo para anunciar sua adesão ao candidato petista.
Depois, o filho do governador paranaense também se reuniu com dirigentes petistas para tratar do mesmo assunto, mas o anúncio do apoio a Lula não foi definido.
Pereira, que é ligado ao ex-governador Roberto Requião, voltou nesta semana a enviar emissários para acertar uma nova conversa com os petistas.
O governador tem dificuldades para apoiar Orestes Quércia (PMDB) e não vê com simpatia a candidatura de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Para facilitar o entendimento, o PT do Paraná decidiu lançar apenas a candidatura do deputado Pedro Tonelli ao Senado.
Requião disputa uma vaga no Senado e o PT o está apoiando informalmente, já que cada Estado elege dois senadores em outubro.
O verdadeiro objetivo do PT é obter a adesão oficial de Requião, mas o ex-governador teme sofrer sanções do PMDB nacional se anunciar o aval ao petista.
Daí a saída de investir em Pereira, que sinalizaria ao eleitorado paranaense o apoio do grupo de Requião a Lula.
A mais recente pesquisa realizada pelo Datafolha apontou que Lula tem 38% das preferências no Paraná. FHC, seu adversário mais próximo, tem 21%.
Na eleição de 89, o Paraná foi um dos Estados em que o petista foi derrotado por maior margem por Fernando Collor de Mello.
Pesquisas
O segundo algum tempo virá depois da implementação das medidas econômicas do governo. O PT quer mensurar o efeito político e eleitoral das medidas.
A coordenação da Frente Brasil Popular, que apóia Lula, decidiu convidar oficialmente os dissidentes do PSDB para integrarem o comando da campanha do petista.
Os tucanos que romperem com a candidatura de FHC poderão participar das discussões da frente, incluindo aí o detalhamento do programa de governo de Lula.
Até agora, só o PSDB da Bahia aderiu a Lula. Tucanos de Mato Grosso e Alagoas também serão contatados pela frente de Lula.

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