São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Nicotina pode causar alucinação
VICTOR AGOSTINHO
"Se o coração resistir, quem usar a nicotina como se fosse heroína ou cocaína pode até ter alucinação", diz Luisa da Costa e Silva Goldfarb, médica do Instituto Nacional do Câncer, do Rio. Um relatório divulgado pela R.J. Reynolds norte-americana afirma que 599 ingredientes são usados na fabricação do cigarro, entre eles amônia e inseticida. A quantidade exata de nicotina de cada cigarro não é divulgada pelos fabricantes. Estudos realizados no Philip Morris Research Center, nos Estados Unidos, apontam que ratos suportam até 30 mg de nicotina por cada quilo de seu corpo. Nessas pesquisas, a nicotina foi introduzida diretamente no sangue dos animais através de injeções. Segundo a médica Goldfarb, existem evidências fortes provando que a nicotina causa tanta dependência quanto outras drogas. Ela diz ainda que a nicotina é considerada "a porta de entrada" para o uso de outras drogas. Para o coordenador do Instituto Nacional do Câncer, Evaldo de Abreu, a dependência da nicotina varia de pessoa para pessoa. "Cada uma precisa de uma quantidade específica para ficar viciada." Segundo ele, o estado de dependência se cristaliza quando "o ato de fumar passa a ser compulsivo". Mortes A cada hora morrem 10 pessoas no Brasil devido a doenças causadas pelo fumo. Por ano, são 100 mil mortes relacionadas ao fumo, segundo o Ministério da Saúde. Segundo estudo feito em 1992, o fumo é responsável por 90% das mortes por câncer do pulmão, 85% das mortes por doenças pulmonares, 25% das mortes por doenças coronárias e 25% das mortes por derrame cerebral. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 1989, mostram que 30,6 milhões de brasileiros. Texto Anterior: Brasil não controla produto Próximo Texto: Anúncio 'lembra' liberdade individual Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |