São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
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Brasil estréia e derruba vendas em até 40%

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A estréia do Brasil na Copa do Mundo, na segunda-feira, derrubou as vendas no comércio paulista em até 40%.
Levantamento da Associação Comercial de São Paulo, mostra que no último dia 20, as vendas à vista caíram 38,6% e, a prazo, 30,1%, sobre a segunda-feira anterior (dia 13).
Esses números se baseiam nas consultas ao Telecheque, que dá uma idéia das vendas à vista, e ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), que mede as vendas a prazo.
Na comparação com a média diária de consultas deste mês, a queda nas vendas à vista chega a 40,8% e, a prazo, a 32%, no dia que o Brasil estreou na Copa.
Marcel Solimeo, economista da entidade, diz que a queda nas vendas se verifica mesmo nos horários próximos aos dos jogos.
"O consumidor vai fazer suas compras antes ou após os jogos." Para Solimeo, a Copa não terá impacto negativo nas vendas de junho.
Se a Copa tem algum efeito, até agora é positivo. Do dia 1º a 18 deste mês, as vendas à vista estão 14% maiores do que em igual período do mês passado e 2,3% maiores sobre igual período de 1993.
Na análise de Solimeo, as vendas foram muito fracas em maio e por essa razão estão melhores neste mês. "Não há bolha de consumo. Tampouco bolha recessiva."
A Copa, diz ele, provocou aumento nas vendas de produtos típicos da época –como televisores, videocassetes e camisetas.
"Vale lembrar que hoje há certa correção dos salários." Para ele, se as vendas caírem neste mês é por conta do plano econômico.
Dados da Federação do Comércio do Estado de São Paulo mostram que, historicamente, as vendas em junho caem 2,3% quando comparadas com as de maio.
Neste mês, na análise dos economistas da federação, deve haver empate com maio ou até "um pequeno crescimento nas vendas. "É por causa do plano", diz Oiram Corrêa, economista da entidade.
Segundo ele, historicamente, em julho, as vendas crescem 4% sobre junho. Neste ano, a expectativa da federação é a de aumento de 5%, no período.
Razão: "recomposição do poder de compra", afirma Corrêa. Para, Lincoln da Cunha Pereira, presidente da Associação Comercial, as vendas devem crescer em julho por causa do estímulo ao crediário. "Isso se as taxas de juros não forem tão elevadas." (Fátima Fernandes)

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