São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alta dos juros externos derruba as Bolsas

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A alta dos juros internacionais ontem provocou alta nas cotações do ouro e baixa nas Bolsas de Valores no Brasil e no exterior.
O índice da Bolsa paulista recuou 3,40%, seguido por baixa de 4,1% no indicador Senn da congênere carioca.
A presença de capital estrangeiro nas Bolsas brasileiras faz com que a elevação nos juros internacionais tenha reflexo direto no mercado acionário nacional.
Os investidores costumam vender as ações para cobrir eventuais prejuízos no exterior.
Quem havia adquirido ações no mercado de opções na última segunda-feira aproveitou o movimento para vender os papéis à vista e realizar lucros.
Como reflexo da alta dos juros internacionais houve também valorização do ouro no mercado internacional. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, a cotação do ouro subiu 3,05%.
O Banco Central realizou ontem leilão de Letras do Banco Central. Houve a colocação de todos os 8 bilhões de papéis emitidos de prazo de 28 dias com rentabilidade semelhante à propiciada pelo overnight (negócios entre instituições financeiras).
No mercado de renda fixa, os juros estão em alta. Ontem, as taxas para capital de giro chegaram a 110% ao ano, além da correção pela Unidade Real de Valor.
No dia anterior, as taxas para capital de giro variavam entre 87% e 104% ao ano. Ontem, estavam entre 80% e 110% ao ano mais a variação na URV.
O Banco Central realizou uma série de leilões para balizar as cotações do mercado cambial. Foram dois leilões de compra no mercado do dólar comercial e dois de venda no mercado do dólar flutuante.
O ágio (diferença entre o dólar comercial e paralelo) esteve a 1,43%, contra 1,22% no dia anterior.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 1,75% no último dia 17, projetando rendimento de 42,70% no mês. A taxa do overnight variou entre 60,56% e 60,58% ao mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros estiveram entre 61,10% ao mês e 61,20% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 22 rendem 47,7149%. As taxas dos CDBs de 30 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 8% e 14,5% ao ano. As taxas dos CDBs em URV variaram entre 77% e 83% ao ano, contra 68% e 80% ao ano no dia anterior.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: entre 61,30% e 63% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 80% e 110% ao ano em URV, contra 87% e 104% ao ano no dia anterior.

No exterior
Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8750%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 31.276 pontos com baixa de 3,40% e volume financeiro de CR$ 519,5 bilhões, contra CR$ 2,58 trilhões no dia anterior. Rio: baixa de 4,1% (I-Senn), fechando com 122.866 pontos e volume financeiro de CR$ 49,95 bilhões, contra CR$ 308,10 bilhões no dia anterior.

Bolsas no exterior
O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.314,20 pontos, contra 2.334,60 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.813,16 pontos, contra 21.152,03 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 2.405,62 (compra) e CR$ 2.405,64 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 2.361,07 (compra) e CR$ 2.361,09 (venda). "Black": CR$ 2.420,00 (compra) e CR$ 2.440,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 2.365,00 (compra) e CR$ 2.375,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 2.335,00 (compra) e CR$ 2.395,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 3,05%, fechando a CR$ 30.400,00 o grama na BM&F, movimentando 3,86 toneladas, contra 2,05 toneladas.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada a US$ 1,5430, contra US$ 1,5394 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6005 marco alemão, contra 1,5990 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 102,15 ienes, contra 102,58 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 394,30, contra US$ 388,90 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou em 48,55%, contra 48,43% no dia anterior.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para junho ficou em 42,42%, contra 42,37% no dia anterior.
O índice Bovespa futuro em URV fechou a 14,10 pontos, projetando rentabilidade de 4,45% ao mês.

Texto Anterior: Importados são atração na abertura da Fispal
Próximo Texto: Empresas de ônibus podem ir à Justiça
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.