São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Colômbia mostra que só técnica não ganha Copa

TELÊ SANTANA
ESPECIAL PARA A FOLHA

As 24 seleções que participam desta Copa do Mundo já estrearam. De todas, a que parece ter surpreendido mais os observadores é a Colômbia. Surpresa negativa, claro, pois houve até quem apontasse os colombianos como favoritos ao título. Quer dizer, à frente de Brasil, Alemanha, Itália e Argentina, campeões do mundo que, por tradição, estão sempre entre os mais cotados.
Muita gente me pergunta sobre a Colômbia. Para mim, não foi surpresa a derrota dos colombianos diante da Romênia.
Copa do Mundo, tenho repetido, não é lugar para exibição. Muito menos para brincadeiras. Copa do Mundo é lugar para se jogar sério, para vencer.
Os romenos jogaram sério. Seu goleiro, sua defesa, todos atuaram conscientes de que estão numa Copa do Mundo. Embora contem com pelo menos dois jogadores talentosos, Hagi e Dumitrescu, sua seleção joga coletivamente. E sério.
Tecnicamente, os colombianos são bons. Principalmente seus homens de frente, Asprilla, Rincón e também o armador Valderrama têm grande técnica individual. Driblam, têm velocidade, jogam bonito com a bola nos pés.
Mas técnica, apenas, não ganha Copa. É preciso um pouco de disciplina tática, de organização coletiva, de seriedade.
A impressão que tenho é de que os colombianos estão aqui para se exibirem – quem sabe, se destacando nos Estados Unidos, não conseguem um contrato milionário em outro país, talvez da Europa?
Não é nada bom um jogador viver a Copa do Mundo com o pensamento em possíveis contratos. O que eles têm é de se concentrar nos treinos, nos jogos, na competição.
Ainda bem que não é o caso do Brasil. O ambiente na seleção é, pelo que sei, muito bom. Os jogadores estão motivados, interessados apenas na Copa. A seriedade com que enfrentaram os russos é prova disso.
Muitos me perguntam, também, se a seleção brasileira está bem escalada. Quero deixar claro que não escalo time dos outros. A atual seleção pode não ser a minha ou a sua seleção ideal, mas é a do treinador. E é ele, afinal, quem tem a responsabilidade de dirigi-la.

Texto Anterior: Brasil reencontra a sua magia futebolística
Próximo Texto: Argentina surpreende com formação ofensiva
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.