São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 1994 |
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Tony Platão tenta ser o Roberto Carlos dos anos 90 Primeiro disco solo do cantor tem bolero de Paulo Ricardo MARCEL PLASSE
O conteúdo confirma. Tony Platão investe em músicas lentas e dor-de-cotovelo. O contorno musical é moderno, na escolha da nostalgia em voga, os anos 70. Mas isso não muda o fato: Tony Platão é outra tentativa de atualizar Roberto Carlos. Agora, com roupagem "negra", porque samba e funk estão na moda. O disco de estréia do cantor, homônimo, tem até bolero. Um bolero "moderno", de autoria de Paulo Ricardo. As letras têm expressões da idade de "papo", "baby", "moças" e "diachos". Uma brasa, mora. Nos tempos de Hojerizah, ele era mais trágico. A banda lançou dois discos sem conseguir mudar o mundo ou a conta bancária de seus integrantes. O público-alvo faz toda a diferença. Tony Platão apresenta-se um cantor maduro de pop adulto. Música adulta é aquela que toca em motel. Até uma versão de Wilson Pickett entrou nessa embalagem. A opção adulta também rende homenagens à MPB, ao incluir "Partido Alto", de Chico Buarque, no repertório. É música séria, de gente universitária. A MPB também voltou à moda. O cantor interpreta ainda músicas de Herbert Vianna, Fábio Fonseca, Alvin L, Roberto Frejat, Vinícius Cantuária, Leoni e Dulce Quental. Parece uma reunião da classe dos anos 80. A guitarra de Roberto Frejat, do Barão Vermelho, em "Lobo do Mar", é a melhor coisa do disco. O único momento que não soa pasteurizado pela produção de Fábio Fonseca. Os arranjos vão dos clichês tradicionais de Barry White à fase decadente da gravadora Motown, com baixo estalado, tocado com ponta de dedo, e harmônicos de guitarra. No fundo, não é muito diferente de um disco antigo de Marina. (MP) Disco: Tony Platão Artista: Tony Platão Gravadora: Sony Preço: 18 URVs (o CD, em média) Texto Anterior: Exposição 'Poéticas Paulistanas' traz nova geração de artistas Próximo Texto: Rock alternativo respira com Second Come Índice |
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