São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 1994
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Goleiro é expulso, Baggio sai e Itália vence

SÍLVIO LANCELLOTTI
ENVIADO ESPECIAL A EAST RUTHERFORD

A seleção da Itália não superou ontem apenas a Noruega, por 1 a 0, no Giants Stadium de East Rutherford, pelo grupo E.
Na verdade, a "Squadra Azzurra" de Arrigo Sacchi bateu também as contradições e a incrível lentidão de raciocínio do seu mister. Venceu as pressões abomináveis da sua mídia. As contusões de jogadores importantíssimos. O pavor de voltar à Bota cedo demais.
Com o estádio quase repleto, 74.624 espectadores, a "Azzurra" entrou em campo consciente de que lhe esperava uma retranca monumental, um 4-5-1 que, às vezes, até se transformava em 6-3-1.
Absurdamente contida, porém, não soube envolver pelo chão a pesada retaguarda de Olsen. Insistia nos cruzamentos ao alto, fazendo a glória do zagueiro Bratseth.
Então, aos 21 minutos, o único avante da Noruega, Fjortoft, se aproveitou de uma distração de Costacurta, que pediu um impedimento inexistente. Para conter o escandinavo, o arqueiro Pagliuca saiu da sua grande área e tocou a bola com a mão esquerda. O árbitro alemão Helmut Krug não hesitou em cumprir as determinações da Fifa e expulsou Pagliuca.
Sacchi surpreendeu ao tirar Roberto Baggio para a entrada do goleiro reserva, Luca Marchegiani. "Baggio anda machucado", se justificaria. "Eu precisava manter em campo nove homens capazes de correrem num mesmo ritmo".
Sem seu craque mais habilidoso, a "Azzurra" se desmilinguiu. Felizmente, para Sacchi, satisfeita com o empate a Noruega não se empenhou em procurar a vitória.
No começo do segundo tempo, o capitão Baresi se contundiu e Sacchi, novamente, apavorou os seus torcedores. Em vez de colocar um outro líbero, Minotti, mandou à briga um stopper, Apolloni. Curiosamente, os gritos de Apolloni serviram para reanimar a equipe.
Aos 23 minutos, no seu único lampejo luminoso em toda Copa, o mister se lembrou que, pelas novas regras, ainda dispunha de uma terceira substuição - Pagliuca recebera cartão vermelho e a Fifa admite a troca de arqueiro sem a queima de uma das modificações.
Entrou Massaro e saiu Casiraghi. Não se passaram 60 segundos e Dino Baggio de cabeça anotou o "rete" do alívio. O resto do tempo a Itália consumiu, experientemente, na mera troca de passes.

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