São Paulo, sábado, 25 de junho de 1994
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Jogadores de Camarões impõem escalação

FERNANDO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe de Camarões esteve longe de repetir a boa atuação da estréia, contra a Suécia. Firme na marcação no início da partida, o time se desestruturou com os gols brasileiros.
Os camaroneses dependem agora de um bom resultado contra a Rússia, na terça-feira, para garantir a classificação.
No início da partida, o time de Henri Michel não deixou o Brasil jogar, o que tornou o primeiro tempo muito truncado.
A defesa do time africano não deixava a bola chegar em boa posição a Bebeto e Romário –marcado por Kalla Nkongo, com dois zagueiros na retaguarda.
Por outro lado, o ataque se mostrava incompetente para furar o bloqueio da defesa brasileira, bastante recuada.
Tataw arriscou algumas subidas ao ataque no início do jogo, mas logo voltou a ficar preso à marcação. Embé e Omam-Biyik não conseguiam tabelar na frente.
Aos 21min, Camarões teve sua melhor chance, quando Omam-Biyik escapou da marcação, do lado direito da área, e centrou.
A bola atravessou a área. Do outro lado, Embé tomou de Jorginho, mas cruzou para fora.
A única jogada brasileira que levava perigo eram os lançamentos longos para Romário e Bebeto.
Seu marcador mais próximo, Kalla, estava fora de campo, contundido após uma falta de Bebeto.
O gol foi um golpe para o esquema camaronês. Com 1 a 0 no placar, o Brasil passou a atacar mais que antes. A bola não chegou perto da área de Taffarel até o final do primeiro tempo.
Logo no início do segundo tempo, aos 2min, Embé recuperou uma bola lançada na área brasileira e foi derrubado por Márcio Santos.
O zagueiro brasileiro tocou ao mesmo tempo na bola e na perna do jogador. O juiz Brizio Carter marcou apenas escanteio.
Tataw passou a avançar um pouco mais. Mas a equipe perdeu Song Bahanag aos 18min, expulso por uma entrada em Bebeto.
A ausência do zagueiro facilitou as jogadas brasileiras pela direita, por onde Bebeto passou a jogar com Jorginho.
No ataque, Omam-Biyik recuava, enquanto o técnico Michel decidiu trocar Embé por Milla, aos 19min. Milla, 42, se tornou o jogador mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo.
Na Copa de 90, ele decidira duas partidas, contra Romênia e Colômbia, ao entrar no meio do jogo e marcar gols.
Contra o Brasil, não teve tempo para fazer isso. Antes mesmo de Milla ter tocado na bola, Márcio Santos marcou o segundo gol.
No terceiro gol, o Brasil contou com uma falha do zagueiro Kalla Nkongo, driblado por Romário.
Isolado na frente, Milla conseguiu criar apenas duas jogadas. A primeira foi aos 29min, quando tentou uma tabela na área e Taffarel chutou a bola para escanteio.
Dois minutos depois, Milla arriscou um chute de fora da área, que o goleiro do Brasil defendeu facilmente.
(André Fontenelle)

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