São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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Secretário dos EUA vê 'moderação' em Lula

Ronald Brown visita o Brasil

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Comércio dos EUA, Ronald Brown, disse ontem, no Rio, existir hoje "mais moderação" no discurso de Luiz Inácio Lula da Silva.
No último dia 13, o secretário afirmou que os EUA estão "profundamente preocupados" com um futuro presidente do Brasil que seja favorável a restrições ao capital estrangeiro.
A declaração era uma alusão indireta ao candidato do PT, cuja plataforma quer o reexame do processo de privatização e questiona os benefícios de uma ampla abertura comercial.
Brown chegou ontem ao Rio, com membros do governo e 22 executivos de empresas dos EUA, para uma visita comercial de três dias ao Brasil.
Ele defendeu as privatizações e a abertura comercial dos países latino-americanos, para estimular o desenvolvimento.
O secretário não se mostrou preocupado com uma eventual vitória do candidato petista,
Brown afirmou ser importante lembrar que o discurso de campanha eleitoral é diferente do de candidato eleito.
Para ele, existem "certas realidades econômicas" que se tornaram claras.
Em todo mundo, segundo ele, se chegou à conclusão de que só o mercado livre permite o crescimento e o surgimento de novas oportunidades.
Segundo Brown, pessoas que "acompanham o processo eleitoral brasileiro melhor" do que ele atestaram maior moderação no discurso de Lula.
Brown disse que "não é nada incomum" uma postura política como a de Lula, de maior moderação. Ele citou o exemplo do presidente da África do Sul, Nelson Mandela, com quem o petista esteve na semana passada.
Há dois anos, segundo o secretário, havia uma preocupação de que, se o líder negro fosse eleito presidente, a África do Sul se tornaria um país socialista. Mas isto não ocorreu.
Para o secretário, o governo de Mandela leva em conta que, para atender os interesses das pessoas mais necessitadas, é preciso abrir o mercado.

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