São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem-terra matam animais em invasão de fazenda

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

Cerca de 450 sem-terra invadiram anteontem a sede da fazenda Estrela Dalva, em Mirante do Paranapanema (640 km a oeste de São Paulo), queimaram dois tratores e mataram animais.
A fazendeira Dionisia Alteiro Leal afirma que 200 animais, entre vacas prenhas e bezerros, foram mortos durante a invasão.
"O que houve foi um ato de guerrilha, um assalto, com ameaças aos empregados caso tentassem impedir a depredação", disse.
A polícia, que ontem passou o dia fazendo a perícia no local, estima que cerca de cem animais tenham sido mortos. Levantamentos preliminares indicam que dois tratores foram queimados e que cercas e implementos agrícolas foram destruídos.
Os sem-terra pertencem a um acampamento montado na região ao lado de uma ferrovia desativada. Nos últimos dez dias, eles invadiram três vezes a fazenda.
Segundo a polícia, eles voltaram anteontem ao acampamento levando a carne dos animais abatidos.
A Agência Folha não conseguiu falar ontem com líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST), que organiza as invasões na região.
O trabalhador rural Isaias Santos de Souza disse anteontem à TV Fronteira, afiliada da Rede Globo, que os sem-terra agiram em represália à atitude da fazendeira, que destruiu a lavoura de feijão plantada por eles em uma das invasões.
Dionisia Leal afirmou que obteve da juíza Catarina Ruibal, de Mirante do Paranapanema, a reintegração de posse com direito de destruir a semeadura (lavoura plantada pelos sem-terra).

Texto Anterior: Secretário dos EUA vê 'moderação' em Lula
Próximo Texto: Juízes e promotores do Brasil estão entre os mais ameaçados do mundo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.