São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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Venda por catálogo atrai grupos mundiais

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os três grandes grupos mundiais de venda de produtos importados por catálogo, o J.C. Penney, Sears e La Redoute, aterrisam no Brasil às vésperas da entrada do real.
Eles acreditam que a estabilização da economia poderá cultivar o hábito da compra de importados principalmente em cidades do interior com população de alto poder aquisitivo.
Os grupos norte-americanos chegam através de parceria com empresas do setor financeiro: a J.C. Penney com o Credicard-Mastecard, e a Sears associada ao World-Card Bradesco-Visa.
O francês La Redoute está fazendo assinatura de seu catálogo através de uma importadora do Rio, a Abela Comércio Importação e Exportação.
As empresas entram para disputar um mercado que já vendeu, em 1987, US$ 800 milhões/ano; caiu para US$ 235 milhões em 1993 mas projeta faturamento de US$ 2 bilhões em 1997.
Todos chegam ao país dispostos a habituar o consumidor a fazer suas compras de dentro de casa, folheando catálogos –ou revistas de compras, que mostram o produto e trazem os preços estampados em dólar.
Feita a escolha, o pedido pode ser colocado no correio, transmitido por fax ou por telefone, para os representantes das empresas no Brasil.
O pagamento é realizado através do cartão de crédito ou por faturas bancárias.
Os catálogos da La Redoute e da Sears estão traduzidos para o português. O da J.C. Penney está em inglês – mas o cliente tem suas dúvidas tiradas por telefone, com o setor de atendimento do Credicard-Mastercard.
Feita a escolha e concretizado o pedido, o produto é recebido em casa, em prazo que varia de 15 a 30 dias.
O consumidor paga o preço fixado no catálogo, mais despesas com frete e taxa de importação. Compras de até US$ 50 têm taxa isenta. O valor máximo que se pode desembolsar por pedido é de US$ 500.
É difícil avaliar se, pelo critério preço, as compras por catálogo valem a pena. Muitos dos produtos não têm similar no Brasil. É o caso do carrinho para bebês tipo luxo, com quatro rodinhas, extra largo, que sai por US$ 132 (com taxas e frete inclusos) comercializado pela Sears.
Vende-se, pelo catálogo, de tudo– de bebidas à roupas, jóias à bijuterias, sem esquecer dos eletrodomésticos, sofás e cortinas, piscinas e equipamentos para camping.
Há também equipamentos inusitados para os hábitos de consumo no Brasil.
A La Redoute, forte em moda masculina e feminina, acrescenta em seu catálogo extensa variedade de equipamento para o bronzeamento solar artificial– e, pasme, uma engenhoca para aumentar o tamanho dos seios.
Pouco difundido no Brasil, a venda por catálogo é mania na europa e nos Estados Unidos.
A La Redoute, do grupo Le Printemps de Paris, movimenta vendas da ordem de US$ 4 bilhões através dos catálogos. No Brasil a empresa traça meta para faturar US$ 50 milhões/ano nos próximo quatro anos.

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