São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 1994
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Mascarados do Kiss voltam à cena musical

MARCEL PLASSE
DA REPORTAGEM LOCAL

Kiss está de volta. A banda que usava maquiagens e roupas de super-heróis retorna em agosto para novos shows. Kiss tocou no Brasil em 1983, antes de tirar a fantasia.
Apesar de gravar cada vez menos –só dois LPs nos anos 90–, a imagem do grupo continua presente entre as novas gerações.
Passados 20 anos do primeiro LP do Kiss, uma onda de tributos, bandas covers e tatuagens com o rosto dos integrantes da banda consome a América.
Por telefone de Los Angeles, nos EUA, o cantor e compositor Paul Stanley falou à Folha sobre a Kissmania e o reconhecimento tardio da importância da banda.

Folha - Kiss sempre foi tratado como piada. O que você acha do reconhecimento da banda como influência do rock atual?
Paul Stanley - Sensacional, principalmente para os fãs que nos acompanham há 20 anos, sem se importar com o que diziam de nós.
Eles devem se sentir vingados ao ver algumas das melhores bandas do mundo afirmarem que Kiss é uma grande influência musical.
Folha - O que você diz para quem subestimou e agora tem que admitir o poder do Kiss?
Stanley - Digo: "Antes tarde do que nunca". Mas se você não gosta de nós, dane-se. Quem dá a mínima? Minha vida não é longa o suficiente para agradar nem às pessoas de quem gosto.
Folha - Você aprova a coletânea "Kiss My Ass"?
Stanley - Sim, a considero uma honra, porque as pessoas só prestam tributo a quem está morto ou acabado. E aqui estamos nós, 20 anos depois, prestes a fazer uma turnê pela América do Sul, longe de estar em fim de carreira.
Folha - Você acha que Garth Brooks, que canta no disco-tributo, foi influenciado por Kiss?
Stanley - Ele me disse que sim. Se você reparar, vai ver que os shows de Garth Brooks não são muito diferentes dos nossos. É estranho ver que o que fizemos também influenciou o country.
Folha - Você chegou a ouvir o primeiro disco-tributo ao Kiss?
Stanley - Sim. "Hard to Believe" tinha tantas bandas novas influenciadas por Kiss, inclusive Nirvana, que pensamos: "Não seria bom um LP com bandas mais conhecidas?". Foi daí que surgiu a idéia de "Kiss My Ass".
Folha - Você aprova as bandas covers que se fantasiam de Kiss?
Stanley - Se for feito no espírito certo, como celebração, tudo bem. Mas sou contra as bandas que fazem isso para ganhar dinheiro.
Folha - A Kissmania se detém sobre as maquiagens dos anos 70. Você não se arrepende de ter abandonado essa fase?
Stanley - Não, nunca. Era hora de mudar. Os últimos shows que fizemos com a maquiagem foram no Brasil. Mas nossa música continua tão poderosa quanto antes.
Folha - Como "sex symbol" da banda, o que você lembra das fãs brasileiras?
Stanley - Muitas peças de biquinis, que ganhei na praia. Algumas fãs foram ao hotel para me dar as peças que faltavam.

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