São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Conselho de Medicina apura casos ilegais

LUCIANA CAMARGO

LUCIANA CAMARGO; RICARDO FELTRIN
DA FOLHA SUDESTE

RICARDO FELTRIN
O CRM (Conselho Regional de Medicina) determinou a abertura de expediente (espécie de sindicância) para apurar em que condições foram realizados abortos pelos médicos Aníbal Faundes e Thomaz Gollop.
Faundes, 63, dirige o Caism (Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher) –entidade vinculada à Unicamp (Universidade de Campinas). Gollop, 46, é diretor do Instituto de Medicina Fetal de São Paulo.
Em entrevistas à Folha, os dois médicos assumiram ter feito abortos em casos de fetos malformados sem chances de sobrevivência.
A prática é ilegal no país. O Código Penal brasileiro prevê aborto apenas em casos de estupro ou risco de vida para a mulher.
Os conselheiros do CRM devem se reunir na quinta-feira para definir uma posição oficial sobre o assunto. "É possível que apóiem esses dois médicos", disse a presidente do CRM, Regina Carvalho.
Segundo ela, o CRM apóia uma proposta do Conselho Federal de Medicina que prevê a interrupção da gravidez até a 24ª semana em casos de fetos com grave anomalia detectada por exames e desde que seja desejo do casal.
Justiça
O promotor Marcelo Milani, de Santo André, que determinou a abertura de uma sindicância contra Gollop, disse que até o final da semana o médico deve receber um requerimento de informações.
Segundo Milani, para obter autorização para realizar um aborto (em maio), o médico teria declarado à Justiça de Santo André que o feto "não poderia sobreviver, mas, à Folha, Gollop teria dito que havia chances".

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