São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994![]() |
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Brasil deve deixar espetáculo de lado
JOHAN CRUYFF
O fato de que com o empate a seleção brasileira possa assegurar o primeiro lugar já é, por si só, uma vantagem. Mas também é certo que o futebol praticado pela Suécia, mesmo sem ser nada brilhante, pode complicar a vida para o Brasil. A Suécia é o pólo oposto a tudo o que representa o futebol canarinho, porque este conjunto escandinavo se destaca sobretudo pela frieza de seu jogo. É certo que tem bons jogadores no meio-campo, como Brolin (Parma), Schwarz (Benfica), Thern (Napoli) e Ingesson (PSV Eindhoven), mas sua criatividade é mínima. O objetivo é mover a bola sem nenhuma outra intenção a não ser a de evitar que o adversário dite o ritmo da partida. Enquanto o marcador estiver empatado, os suecos não arriscarão o mínimo sequer. Isso pois logo que a seleção de Parreira conseguir uma vantagem, tudo ficará realmente fácil. Sempre me mostrei contrário à demasiada cautela, mas creio que o Brasil, assim que tiver a partida resolvida e a primeira posição do grupo assegurada, deveria jogar única e exclusivamente pensando em guardar forças para as oitavas-de-final. Agora mesmo, uma vez conseguida a classificação, as exibições e o espetáculo não servem para nada. O que os jogadores brasileiros precisam fazer é concentrar-se para prosseguir partida a partida. Para chegar à final, é preciso ganhar outras três finais e é justamente nisto que o Brasil tem falhado nos últimos mundiais. A seleção brasileira sentiu que era a melhor antes de alcançar a final, um equívoco pelo qual sempre se paga muito caro. Há vezes em que esquecer o espetáculo é necessário e, frente à Suécia, é preciso tomar este caminho. Texto Anterior: Sem Dahlin, Suécia perde a arma fatal Próximo Texto: Suécia não preocupa; o problema é o Brasil Índice |
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